Ações: o que é, como funciona, como investir

Ações podem turbinar seus investimentos e ler este artigo vai fazer você começar com o pé direito

Ações são, geralmente, a primeira coisa que alguém que está entrando na bolsa de valores pensa em comprar pra fazer seu dinheiro render mais. Não é tão simples. A bolsa de valores hoje inclui muitos outros ativos e derivativos que simplesmente ações, embora as ações, de fato, sejam os papéis mais populares e importantes em negociação.

Porém, existem, além de ações, contratos futuros, minicontratos, opções, fundos imobiliários, ETFs e muito mais. Mas, realmente, ações são um bom começo pra começar a entender esse universo e uma boa porta de entrada para os iniciantes.

Ações, o que são ações então? Este artigo é pra explicar pra você o básico sobre elas. Já adianto que comprar ações é só uma das coisas que você pode fazer com elas. Podemos, sim, operar comprados. Mas também podemos operar vendidos. Podemos comprar ações como forma de investimento (longuíssimo prazo, visando acumulação do ativo ao longo dos anos) ou simplesmente de forma especulativa (vendendo quando se atinge um certo patamar de lucro ou prejuízo.

Veja o que você vai aprender neste artigo:

  1. O que são ações?
  2. Ações ordinárias e preferenciais: qual a diferença?
  3. Formas de investir em ações
  4. Como escolher boas ações?
  5. Qual a diferença entre lote padrão e lote fracionário
  6. Como negociar ações?
  7. Como o Raio X Preditivo pode lhe ajudar a escolher boas ações
  8. Custos e taxas para ficar esperto
  9. Riscos de investir em ações
  10. Conclusão


1. O QUE SÃO AÇÕES?

Uma ação é a menor fração possível do capital social de uma empresa.

Uma explicação bem simples é: quando compramos ações estamos comprando um pedaço daquela empresa.

Por exemplo, a Vale, cujo código das ações é VALE3, tem 5,2 bilhões de ações.

Se eu compro 5200 ações, eu estou comprando 5200 frações de todas as 5,2 bilhões de ações que ela possui.

Veja que é uma fração bem pequena: 5200 papéis da Vale equivalem a um milionésimo de tudo o que ela vale.

E olha que 5200 ações dá um valor aproximado na cotação de hoje de quase R$ 270 mil.

Quem fizer isso, poderá dizer que possui um milionésimo dessa grande e importante empresa.

Quando alguém compra ações, está se tornando sócio, acionista da companhia. Está dividindo o risco do empreendimento com a companhia, tendo como bônus a chance de participar de seu crescimento.

Porque as empresas abrem capital?

Abrir capital na bolsa de valores significa transformar seu capital em capital social e passar a ter suas ações negociadas.

Isso envolve todo um processo que culmina com o dia da IPO (Oferta Pública de Ações) quando, pela primeira vez, diversas de suas ações serão colocadas no mercado à disposição dos investidores, pessoas físicas e jurídicas.

Por que as companhias fazem isso?

Por diversas razões, a companhia que abre capital percebe que precisa de dinheiro, recursos, pra expandir seus negócios, pagar dívidas, construir novas plantas produtivas, estabelecer escritórios no exterior... ou seja, investir em seu próprio crescimento. É uma oportunidade.

Para conseguir esse dinheiro, pode buscar empréstimos e financiamentos. Porém, estas opções envolvem juros. E os juros, no futuro, podem comprometer todo o ganho que esse investimento em sua própria estrutura geraria.

Abrir capital, assim, é uma forma inteligente de congregar investidores externos pra dividir riscos e participar do crescimento.

Dividendos

Se a empresa, ao vender suas ações, captar bastante dinheiro, bastantes recursos, e esse dinheiro for bem investido, o seu valor vai aumentar. Quer dizer, se cada ação equivale a uma fração do valor total da empresa, cada ação, individualmente, vai valorizar na mesma proporção. Em tese... nem sempre a matemática das ações é tão clara; mais à frente veremos como funciona a cotação das ações.

Mas se o mercado percebe que a empresa agora é maior, o valor das ações vai subir na mesma proporção e elas vão valorizar. Sim, porque se todos notam que a empresa vale mais, mais gente vai querer comprar essas ações. E o que comanda o mercado é a demanda: se tem mais demanda o preço de qualquer coisa sobe, de pasta de dentes a ações. E a mesma coisa se tem muita gente querendo vender: o preço cai.

E, mais que isso, uma empresa mais forte, que aplica bem os seus recursos, tende a lucrar mais. Por lei, as companhias de capital aberto devem dividir parte dos lucros dos exercícios com os acionistas. Cada ação tem direito a um valor desses lucros e o nome desse valor é dividendo. Quanto mais ações eu tenho, mais dividendos eu recebo como acionista.

Onde são negociadas?

As ações de companhias de cada país são negociadas nas suas respectivas bolsas de valores. Alguns países têm mais de uma bolsa de valores. O Brasil tem apenas uma, a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), que ao longo dos anos unificou as diversas bolsas estaduais que o país tinha. Antes de se tornar a B3, ela foi a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), depois se tornou a BM&FBovespa (com a união com a Bolsa de Mercadorias e Futuros) e, finalmente, ganhou o nome que tem hoje, com a chegada da Cetip.

Talvez você ainda tenha em sua imaginação aquela cena de pessoas gritando umas com as outras, fazendo gestos e anotando coisas em papeis no centro de uma grande sala rodeada por painéis que traziam as cotações. Esse era o chamado “pit”, onde os operadores se digladiavam comprando e vendendo ativos de diversos tipos e onde acontecia o pregão viva voz.

Pois bem, isso não existe há mais há 10 anos. Desde 2009, todas as negociações da bolsa de valores se dão por meio eletrônico. Quer dizer, não há interferência humana direta nos ativos negociados. Primeiro, o sistema usado era o Megabolsa e, mais recentemente, é o PUMA (Plataforma Unificada Multiativos).

O PUMA permite que as negociações sejam feitas a uma velocidade que, no tempo do pregão viva voz, não era possível. Além disso, elas se tornaram mais seguras e muito mais acessíveis.

Hoje, como nunca, é simples comprar e vender ações. Podemos fazer isso usando um simples celular. Ou então com um computador comum, com uma plataforma de negociação instalada, acesso à internet e uma conta na corretora de valores. Também podemos usar uma ferramenta chamada home broker, que toda corretora de valores tem em seu site.

Ambiente selvagem 

Essa aparente facilidade, simplicidade e acessibilidade não pode ser confundida com tranquilidade.

O ambiente em que as ações são negociadas é provavelmente um dos mais competitivos que existe.

Sim, podemos comprar e vender ações a qualquer momento, mas devemos saber onde estamos nos metendo antes de começar.

A bolsa de valores é dominada por participantes conhecidos como investidores institucionais.

Em 2011, uma dupla de pesquisadores de uma universidade sueca descobriu que 40% do capital mundial era controlado por aproximadamente 100 companhias transnacionais, direta ou indiretamente, através de controle acionário das demais companhias. Isso foi em 2011 e, possivelmente, essa concentração de capital é maior ainda hoje.

Estima-se que 50% dessas companhias tenha intensa participação nas bolsas de valores mundiais, dominando um volume financeiro imenso. Através de sua atuação na bolsa, controlando o volume de ativos negociados em determinados momento, eles conseguem comprar e vender grandes volumes de ações e outros ativos de maneira a controlar a cotação em situações estratégicas.

A seu lado eles têm diversas vantagens além de, é claro, o poder financeiro:

  • Uso intenso de robôs HFT (robôs de alta frequência de trading), que são algoritmos criados pra se aproveitar ou até provocar desequilíbrios no mercado e tirar partido disso. Esses algoritmos podem posicionar milhares de ordens de compra e venda em frações de segundos, podem blefar posicionando grandes ordens e retirando-as antes que sejam executadas, a fim de manipular as cotações de ações (o nome disso é spoofing e, em tese, é proibido). Os robôs HFT também conseguem disfarçar enormes ordens de compra e venda em ordens de compra menor, de maneira a deixar o rastro dos interesses institucionais menos perceptíveis .
  • Matemáticos e programadores especializados pra programar esses algoritmos, sendo alguns dos profissionais dessa área mais bem remunerados do planeta .
  • CEOs que comandam toda essa estrutura que estão entre os mais competitivos, mais bem preparados e mais bem informados no mundo. Não, eles não se informam no portal de notícias que você costuma usar pra isso. Geralmente, essas pessoas são as fontes das notícias e sabem delas semanas antes de o estagiário de jornalismo que aperta o botão “publicar” no site .

Sendo assim, a partir do momento que você pensa em negociar ações, é saudável que se procure informar a respeito de como realmente a bolsa funciona. A forma inteligente de negociar ações é aprender como esses participantes atuam e usar seus comportamentos como aliados. A maneira de fazer isso é aprender a ler e a interpretar o volume de ações negociadas, como a pista dessa atuação, e, a partir daí, seguir esses big players.

Como funciona a variação na cotação


Se você olhar o gráfico de determinada ação qualquer, verá que, ao longo do tempo o valor, a cotação, dessas ações fica subindo e descendo.

Vamos observar o preço, no eixo vertical, e o tempo, no eixo horizontal. E, no gráfico, propriamente, o desenho de um ziguezague meio errático.

O que faz o preço cair ou subir?

A primeira coisa que devemos saber a respeito do aumento ou da queda dos preços de qualquer coisa, seja essa coisa bananas ou ações, é a relação entre demanda e oferta.

Se tem muita gente querendo um produto e a oferta desse produto é limitada, o preço vai naturalmente subir.

Se, de repente, a quantidade desse produto sobe no mercado e a demanda, embora alta, se mantém a mesma, o preço cai.

Mais oferta, a cotação diminui. Mais demanda, a cotação aumenta.

A mesma coisa é com ações. Se tem muita gente querendo comprar ações a determinado preço, essa demanda nesse patamar de preço vai segurar o preço ali até que a demanda se esgote. O preço não cai enquanto houver demanda.

Agora, vamos observar mais profundamente o que controla o preço de cada ação, observar de forma “microscópica”, digamos assim.

Imagine a ação X. De um lado temos pessoas que querem comprar e, de outro, as que querem vender.

Quem quer comprar sempre quer comprar pelo menor valor possível. E quem quer vender quer vender pelo maior valor possível.

O melhor valor de compra (o mais alto) sempre está na frente da fila para fazer negócio.

E o melhor valor de venda (o mais baixo) sempre está na frente também.

Então, essa ação X tem um comprador que aceita pagar R$ 10 por ela (os demais têm preços não tão bons, como R$ 9,99, R$ 9,98 e por aí vai).

E o vendedor com o melhor preço é o que aceita vender por R$ 10,02. Os demais têm preços como R$ 10,03, R$ 10,04 e por aí vai.

Aí eu decido que quero vender as minhas ações X. Eu faço a oferta de venda por R$ 10,01.

Note que ainda não chegamos ao preço da melhor compra (R$ 10). Esse único centavo impede que o negócio seja fechado.

Um dos dois lados terá que agredir o preço do outro.

Então eu agrido o preço de R$ 10, aceitando vender por esse valor.

Então, agora, o valor de cotação das ações X é esse: R$ 10, o preço do último negócio.

Sempre que vemos a cotação das ações estamos vendo o preço dos negócios mais recentes.

Valor mínimo para investir?

Em tese, não existe um valor mínimo para investir em ações. O valor mínimo é o preço de uma única ação, que podemos comprar no mercado fracionário. Então, se a ação custa R$ 5, com R$ 5 já podemos investir.

Porém, fazer isso não faz sentido algum, visto que teremos taxas que superam em muito esse valor e, para lucrarmos com essa única ação, teríamos que esperar uma valorização monstra de maneira que o investimento se pagasse.

Deste modo, é muito mais vantajoso investir em ações comprando lotes delas (geralmente de 100 ações).

Por isso é recomendável começar com um mínimo de R$ 2 mil ou até, um pouco mais, R$ 5 mil.

Mesmo que você vá fazer day trade, isto é, comprar e vender ativos em operações que se encerram no mesmo dia que começam é ideal ter um dinheiro bem superior ao mínimo da margem de garantia: o day trade permite que tenhamos em conta apenas um pequeno valor, muito inferior aos ativos que operamos. Por exemplo, existem corretoras que, com apenas R$ 20 na conta você pode operar (no day trade) minicontratos de dólar, que valem US$ 10 mil. Esse valor de R$ 20 seria para pagar o prejuízo caso a cotação fosse contra sua posição, comprada ou vendida.


2. AÇÕES ORDINÁRIAS E PREFERENCIAIS: QUAL A DIFERENÇA?

Quando você começar a negociar ou a investir em ações vai ouvir falar em ações preferenciais (PN) e ordinárias (ON).

Ações ordinárias

Ações ordinárias são as ações que dão direito a voto nas assembleias das companhias.

Vamos lembrar daquele exemplo lá de cima, em que o investidor tem 5200 ações da Vale ou um milionésimo do capital social. Cada ação equivale a um voto. Então, esse investidor seria um em um milhão. Dá para ver, a partir desse exemplo que, mesmo tendo R$ 270 mil em ações, seu voto não importa tanto, principalmente se considerarmos que há acionistas majoritários que têm, às vezes, 5%, 10% ou 20% das ações.

As ações ordinárias também têm direito a dividendos, juros sobre capital próprio e outros direitos que são pagos periodicamente sempre que a companhia tem lucros. No entanto, elas não têm prioridade ao recebimento frente às ações preferenciais.

Outra característica das ações ordinárias é que, na bolsa brasileira, seus códigos são reconhecidos pelo número 3. Por exemplo, as ações da Vale são as VALE3.

Ações preferenciais

As ações preferenciais não dão direito a voto nas assembleias das companhias, salvo em situações especiais determinadas no estatuto societário, por exemplo, quando a empresa fica um período sem pagar dividendos.

As ações preferenciais, como o nome indica, têm preferência no pagamento de proventos (dividendos e juros sobre capital próprio), além de outra série de outros direitos.

Por exemplo, se a empresa falir, os acionistas preferenciais recebem reembolso de capital enquanto os acionistas de ações ordinárias não.


3. FORMAS DE INVESTIR EM AÇÕES

  • Existem diversas formas de se investir em ações, direta ou indiretamente:

    Fundos de índices – ETFs

    Os fundos de índice ou ETFs replicam índices da bolsa de valores. O que isso significa?

    Os diversos índices – o mais famoso deles por aqui é o Ibovespa – são, na verdade, carteiras teóricas de ações, um pacote com ações em diferentes proporções.

    Por exemplo, o Ibovespa é uma carteira teórica de ações, cerca de 60, sendo que as empresas com maior porcentagem de participação são a Petrobras, a Vale, o Itaú e outras grandes companhias.

    Talvez eu não tenha dinheiro, nem tempo, nem conhecimento para comprar ações das 60 empresas que fazem parte desse pacote, na mesma proporção.

    Mas posso comprar a ETF BOVA11 que replica o índice e segue aproximadamente a mesma variação do Ibovespa. As ETF são compradas da mesma forma que ações e são mais acessíveis do que se eu comprar todas as ações do Ibovespa.

    Carteira de Ações

    Outra maneira de investir em ações e comprar ações de fato.

    Você vai utilizar algum método para escolher as ações que deseja comprar, depositar o dinheiro necessário na sua corretora e proceder com a compra.

    Podemos escolher uma única ação ou várias. Essa escolha pode ser feita de acordo com o nosso método ou podemos seguir a indicação de algum especialista da corretora.

    Geralmente, os investidores gostam de diversificar, investindo em ações de diferentes setores.

    Ao conjunto de ações que compramos chamamos de carteira de ações.

    Fundos de Investimento em ações

    Fundos de Investimento em Ações são um grande universo. Existem diversas modalidades de fundos de ações. Existem aqueles que replicam índices, como o Ibovespa.

    Existem aqueles que selecionam ações que acreditam que vão subir de preço de acordo com uma tese específica.

    Existem os que investem através de posições compradas nas ações que acreditam que vão subir e vendidas nas ações que acreditam que vão cair.

    A regra básica é que fundos de ações devem investir pelo menos 67% de seus recursos em ações à vista, certificados de depósito de ações, cotas de fundos de índices de ações e recibos de subscrição.

    Quais as vantagens básicas dos fundos de ações?

    Em primeiro lugar, você terá investido em uma carteira diversificada de ações sem precisar comprar as ações propriamente ditas, o que poderia tornar necessária a alocação de um volume financeiro muito maior: você compra cotas de um fundo, o que torna esse tipo de investimento muito acessível.

    Cada cota, de um valor muito menor que se comprássemos as mesmas ações que compõem o fundo, representa o mix de ações daquele fundo e de qualquer outro ativo que faça parte dele.

    Em segundo lugar, um fundo de ação é administrado por um especialista que domina o assunto e terá todo o trabalho de comprar e vender ações de acordo com o andamento do mercado e sua tese de investimento.

    A desvantagem é que geralmente há uma taxa de administração, mas até faz sentido, afinal a empresa que está cuidando do fundo precisa ter algum lucro pelo seu trabalho.

    Não se engane, porém, mesmo bons fundos, com bons administradores, poderão ter momentos de queda. Fundos são investimento a longo prazo e não podemos nos abalar.

    Clube de Investimentos

    Como os fundos de ações se tornaram acessíveis e populares, os clubes de investimento estão saindo de “moda”. Basicamente era um grupo de pessoas, amigos, conhecidos, parentes, que fazia uma “vaquinha” e juntos, com ajuda de um profissional da corretora, compravam ações.

    Cada participante tinha um número de cotas, equivalente ao valor com que contribuiu. As tomadas de decisão quanto às ações que seriam compradas eram decididas por todos.

    Certa vez, um profissional de uma corretora de valores me disse que, às vezes, era melhor entrar em clubes de investimento com pessoas mais afastadas ou desconhecidos. Assembleias de clubes de investimento, principalmente se as coisas não estão indo bem, podem se tornar parecidas com aquelas reuniões de condomínio das mais complicadas: amizades se desfazem e os natais nunca mais eram os mesmos.


    4. COMO ESCOLHER BOAS AÇÕES?

    Existem diversas formas de se escolher ações para investir e para fazer trades.

    Quando dizemos investir, estamos nos referindo a comprar ações e ir acumulando-as sem intenção de vendê-las, salvo situações de exceção.

    Já por fazer trade entendemos que estamos falando de ações que compramos já com a intenção de vender a partir do momento em que se atinja um patamar de lucro.

    Geralmente, a escolha de ações para comprar ou para fazer trade seguirá duas grandes escolas:

    • Análise fundamentalista: analisa os fundamentos da empresa, seus balanços, seus números e até mesmo quem são os seus diretores, como o público percebe os produtos daquela marca, qual seu posicionamento no setor de atuação e como os empregados são tratados.

    • Análise técnica: analisa o comportamento do preço no gráfico, através de padrões, suportes (regiões de preço que “seguram” uma queda) e resistências (regiões de preço que “impedem” uma alta) e indicadores derivados do preço. Note que boa parte das técnicas dessa análise técnica mais clássica se baseia em preço e, por isso está ficando ultrapassada. Atualmente, falamos em Nova Análise Técnica, que dá muito mais atenção ao volume que ao preço. Falaremos mais sobre isso abaixo, no tópico sobre o Raio X Preditivo.

  • Ações para trade

    Ações para trade devem ter muita liquidez, por dois motivos.

    O primeiro deles é que, como o trade prevê que vendamos as ações tão logo elas nos deem um certo nível de lucro, temos que vendê-las tão logo cheguem a esse patamar.

    Ações sem liquidez, às vezes, não tem suficientes compradores para eu poder vender no instante em que preciso.

    Ações com liquidez, por sua vez, sempre tem compradores e vendedores interessados em qualquer nível de preço, sobretudo se você for um pequeno trader, que não vai ter que vender um “caminhão” de ações de uma só vez.

    O segundo motivo para preferirmos ações com muita liquidez é que, pelo número de negócios realizados, a cada dia temos uma análise mais precisa do que está acontecendo com o preço a partir do volume e do desenrolar das cotações. Ações com pouca liquidez podem ser manipuladas muito mais facilmente em casos de especulação institucional.

    Existem diversas modalidades de trade:

    Ações para receber dividendos

    Aqui já estamos falando de investimento. O investimento em ações pressupõe um cuidadoso estudo da empresa da qual queremos comprar ações. Isso é importante, pois, nesse caso, queremos ficar com esses papeis por muito e muito tempo, inclusive acumulando-os.

    Nos momentos em que o preço das ações em que estamos investindo cair, não vendemos. Inclusive, aproveitamos que elas estão mais baratas e compramos mais.

    Faz parte dessa estratégia a intenção de receber dividendos. Nos primeiros anos, os dividendos são usados para se comprar mais ações. Como cada ação recebe a sua parte de dividendos, com mais ações, agora, eu recebo mais dividendos que me permitem comprar mais ações ainda. E assim por diante.

    Se a empresa for realmente boa, se tiver valorizado ao longo do tempo, ao final, eu receberei muitos dividendos periodicamente e, em tese, poderei me aposentar apenas com os dividendos de um grande patrimônio em ações.

    Deve-se escolher, para isso, empresas que paguem dividendos regularmente (você vai descobrir que nem todas são muito regulares) e que paguem um bom valor por ação. Esse valor você pode analisar por um indicador chamado dividend yield, que é uma porcentagem que revela a proporção do valor do dividendo frente ao preço da ação.


    5. QUAL A DIFERENÇA ENTRE LOTE PADRÃO E LOTE FRACIONÁRIO 

    As ações são negociadas na bolsa de valores em lotes de 100 ações geralmente (pode haver lotes de 10 e de 1000 também). Os lotes padrão são negociados no chamado Mercado à Vista.

    Qualquer coisa diferente disso é um lote fracionário. Digamos que eu queira comprar ações e só tenha dinheiro para comprar 57 ações. Terei que optar pelo lote fracionário que é negociado no Mercado Fracionário.

    Na prática não faz muita diferença. Por exemplo, no home broker você vai ter que adicionar a letra F ao código das ações pra dizer que está comprando um lote fracionário, por exemplo, VALE3F.

    Faz diferença na hora dos custos e taxas. A corretagem vai ser a mesma se você comprar 50 ou 100 ações. Então, se você pretende comprar 50 ações em um mês e 50 ações em outro, pagará duas corretagens. Se esperar dois meses para fazer uma única compra pagará apenas uma.


    6. COMO NEGOCIAR AÇÕES?

    O primeiro passo para negociar ações é fazer um curso sobre o tema, sobre investimento, bolsa de valores e trade. Nossa recomendação é o Raio X Preditivo, pelos motivos que veremos abaixo.

    Corretora e valores

    Depois de estar matriculado em um bom curso sobre trade, o próximo passo é abrir sua conta em uma corretora de valores.

    A abertura é grátis, a conta não tem taxa de manutenção (como os bancos costumam ter) e não tem saldo mínimo. Quer dizer, enquanto estiver aprendendo, pode deixar a conta zerada.

    Isso não quer dizer que você, mesmo com a conta zerada, não possa fazer seus primeiros experimentos com o que está aprendendo em seu curso sobre trade.

    Todas as corretoras hoje em dia dão direito a uma ou mais contas demo, onde você já pode fazer a compra e a venda de ações de forma simulada.

    É muito diferente de operar com dinheiro de verdade (você pode ficar muito nervoso), mas se você não tiver sucesso na conta demo, não será na conta real que terá.

    Homebroker

    O home broker, mal comparando, é como se fosse um intenet banking, mas para negociar ações e outros ativos, como ETFs, Fundos Imobiliários, opções, contratos e minicontratos futuros.

    Nele, podemos acompanhar as cotações dos ativos e enviar ordens de compra e venda, com stops de entrada e saída (stop é um dispositivo automático que vende ou compra ações quando se chega a determinado preço).

    Plataforma de negociação

    Na plataforma de negociação, nós podemos acompanhar o gráfico das ações e ao mesmo tempo plotar nesse gráfico os indicadores que estamos usando para analisar os ativos.

    Além disso, podemos emitir ordens de compra e venda de ações com cliques diretamente sobre o gráfico. Nossos níveis de stop (preços de saída da operação) podem ser manipulados arrastando a linha horizontal que traça esses limites.

    As plataformas de negociação são muito práticas e uma das mais populares é o Meta Trader 5.


    7. COMO O RAIO X PREDITIVO PODE LHE AJUDAR A ESCOLHER BOAS AÇÕES

    O Raio X Preditivo é uma metodologia e um treinamento que sistematiza a Nova Análise Técnica em conceitos e ferramentas. Os conceitos estudam o volume como causa e seus efeitos sobre o preço. E as ferramentas, os indicadores Sato’s, colocam esses conceitos para trabalhar na prática, diretamente sobre o gráfico das ações.

    As metodologias tradicionais de análise técnica focam seus esforços na análise do comportamento do preço, unicamente. Porém, é sabido que o preço é mero efeito do volume.

    Como vimos em tópico anterior, a demanda por determinado ativo é que controla a sua alta ou a sua queda:

    • Muita demanda e pouca oferta, as ações valorizam
    • Pouca demanda ou muita oferta, as ações desvalorizam

    Através da análise do comportamento do volume de ativos negociados, o Raio X Preditivo faz uma interpretação das causas e, dessa maneira, se antecipa aos efeitos que, no caso, são os movimentos de preço mais importantes.

    Um dos objetivos do Raio X Preditivo é determinar “zonas saudáveis de trade”. O que é isso? São regiões de operações que, se derem errado, dão um prejuízo pequeno (baixo risco) frente a probabilidade de ganho (lucros muito maiores que as possíveis perdas).

    Como a maior parte do volume negociado na bolsa é de responsabilidade dos investidores institucionais (estimativamente 80%), também podemos dizer que o Raio X Preditivo é o estudo da atuação dos investidores institucionais.

    Sato’s Stop or Move

    Uma das ferramentas mais potentes do Raio X Preditivo é o Sato’s Stop or Move. Ela foi idealizada para encontrar os pontos de decisão dos investidores institucionais.

    Através da junção dos conceitos das expansões de Fibonacci e das ondas de Elliot, o Sato’s Stop or Move permite encontrar as zonas do gráfico em que os big players desencadeiam ondas de retração ou de impulsão.

    Sabendo onde ficam essas regiões e se apoiando nos outros indicadores Sato’s, particularmente aqueles que dão uma leitura do volume – como o Sato’s Bar e o Sato’s Force Histograma – e naqueles que dão o preço médio dos institucionais, como o Sato’s Defense, o trader sabe se, nessas regiões ele deve entrar com operações compradas ou vendidas em ações.


    8. CUSTOS E TAXAS PARA FICAR ESPERTO

    Negociar ações envolve diversas taxas e impostos. Importante frisar que elas não são valores que devem preocupar o trader. Se a sua estratégia for boa, os lucros são mais que suficientes para cobri-las. No entanto, é importante ter conhecimento delas.

    Corretagem

    A taxa de corretagem é cobrada pela corretora para executar as suas ordens de compra e venda de ações. Geralmente é um valor fixo, não importando o número de ações que você está comprando ou vendendo. Por exemplo, numa das maiores corretoras do Brasil, a corretagem é de R$ 18,90 por ordem independentemente do tamanho da ordem (valor ou número de ações).

    Taxas da bolsa

    A bolsa de valores cobra uma taxa sobre diversos serviços que ela presta por ordem executada e o valor depende do montante financeiro envolvido. Para pessoa física chega a pouco mais de 0,03% do financeiro envolvido.

    Custódia

    As corretoras estão abandonando a taxa de custódia que era uma cobrança para manter as ações em sua carteira.

    Taxa sobre proventos

    A bolsa de valores cobra agora 0,12% sobre os proventos (dividendos de ações ou fundos imobiliários) de carteiras superiores a R$ 20 mil

    ISS

    O imposto sobre serviços incide sobre a corretagem e corresponde a 5% dessa taxa cobrada pela corretora.

    Imposto de Renda

    O imposto de renda tem dois regimes:

    • Para day trade (operações que começam e terminam no mesmo dia): 20% sobre os lucros. Do lucro de um mês, podem ser debitados os prejuízos dos meses anteriores e a alíquota é calculada sobre o saldo.
    • Para outras operações (operações com mais de um dia): 15% sobre os lucros. Meses em que as vendas foram inferiores a R$ 20 mil são isentos.

    O recolhimento do Imposto de Renda por lucros em ações ou outros ativos é de responsabilidade do investidor e deve ser recolhido via DARF até o último dia útil do mês posterior ao que se obteve lucro.


    9. RISCOS DE INVESTIR EM AÇÕES

    Essa é outra lei de mercado: quanto maior o risco, maiores as promessas de ganho. Ou pelo menos deveria ser assim. Jamais entre em um investimento ou uma negociação em que os riscos são maiores do que aquilo que você pode ganhar em troca.

    E, de fato, o mercado de renda variável, particularmente o de ações é repleto de riscos. É renda variável: você pode ganhar pouco, pode ganhar muito e pode até sair perdendo.

    Quais os riscos?

    • Risco de mercado: risco dos mais básicos quando falamos de ações. Você compra ações de uma grande empresa, que considera boa e sólida. E, então, as ações começam a desvalorizar por qualquer motivo, seja especulação, seja porque alguma coisa grave aconteceu. Veja o exemplo da Vale na segunda-feira após a tragédia de Brumadinho. Despencou 20%, muita gente vendeu as ações com prejuízo só para ver que, um ano depois, as ações voltaram facilmente ao patamar anterior, com tudo para continuar subindo.
    • Risco de liquidez: esse problema dificilmente acontecerá ao comprarmos ações com bastante liquidez, por exemplo, as que compõem o Índice Bovespa (cujo critério de composição é justamente que a empresa seja uma das responsáveis por 80% dos negócios realizados na bolsa nos últimos 12 meses). Ações com poucos negócios diários podem ser problemáticas na hora de encerrar a operação: queremos vender (seja para realizar lucro ou para estancar um prejuízo). Mas e se não tiver ninguém querendo comprar?

    Como minimizar os riscos?

    Para minimizar os riscos, fundamental é ter uma metodologia que funcione de acordo com a realidade do mercado. Nossa dica é o Raio X Preditivo.

    O uso de stops de proteção e stop para realização de lucros também é importante. Porém, em nossa metodologia não consideramos essencial esperar que o preço chegue a níveis predeterminados para sairmos de uma operação. Através da análise do volume e do fluxo de ordens de compra e venda podemos diagnosticar o fim de um movimento antes mesmo que atinjamos nossos limites de perdas ou lucro em uma operação.

    Essa é uma das vantagens do Raio X Preditivo: ele estimula a leitura contextual do mercado enquanto outras metodologias deixam o praticante engessado a seus níveis de stop a fim de seguir uma disciplina.

    10. CONCLUSÃO

    Ações são ativos interessantes para quem quer turbinar seus ganhos financeiros.

    É necessário lembrar que este é um mercado de risco. Se você é iniciante, comece devagar. Jamais coloque todas as suas economias em ações, seja para investir, seja para fazer trade.

    Consideramos também a bolsa como um mercado especulativo, mais para fazer trades do que para investir propriamente. Quanto maior o prazo que ficamos expostos ao risco, maiores as chances de encararmos crises gigantescas como as de 1929 ou 2008.

    Não há necessidade disso se soubermos ler o volume e encontrar as melhores oportunidades de entrada em operações, até mesmo em situações de queda, fazendo operações vendidas, quando todos os comprados estão desesperados.

    Assim, consideramos que, em se tratando de ações, o mais indicado são operações com horizonte de saída, seja no lucro, seja no prejuízo.

    Escrito por Luiz Sato

    Segundo Sato sua missão é transmitir conhecimento avançado aos traders brasileiros para aplicarem as metodologias e as ferramentas disponibilizadas ao seus alunos aumentando as probabilidades de ganhos nos mercados que são altamente competitivos e dominados principalmente pelos HFT´s (Robôs de alta frequência).

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