Conheça as agressões persistentes e como os big players manipulam o mercado através do volume
Agressões persistentes são aquelas em que os investidores institucionais agridem o melhor preço – seja de compra, seja de venda – de maneira a tentar movimentar a cotação de um ativo em determinada direção: se agridem em sequência os melhores preços de compra, estão tentando esgotar a oferta a cada nível superior, levando o valor mais pra cima; se agridem o valor de compra, estão tentando esgotar a demanda a níveis cada vez mais inferiores, levando o valor mais pra baixo.
Agressões persistentes é como se os grandes players estivessem fazendo uma queda de braço com o mercado, em um momento em que decidem enfrentar todo o resto dos participantes, fazendo com que o valor dos ativos vá na direção que, por algum motivo, eles desejam, a favor de suas posições. É como se os investidores institucionais estivessem “empurrando” o preço.
- O que são Agressões persistentes?
- Como os Grandes Players atuam nas agressões persistentes?
- Como identificar e se posicionar ao localizar uma agressão persistente?
- Quais ferramentas podem me ajudar a identificar uma agressão persistente?
- Como o Raio X Preditivo pode te ajudar
- Conclusão
Agressões persistentes são difíceis de detectar usando-se ferramentas comuns, aquelas que se baseiam somente no preço. O ideal seria termos indicadores que mostrassem o que ocorre dentro de cada barra, mostrando não só o volume de negócios, mas também quais desses negócios foram agressões de compra e venda e o desequilíbrio em uma direção ou outra (agressões de compra empurrando o valor pra cima e agressões de venda empurrando a cotação pra baixo.
Nesse sentido, as ferramentas do Raio X Preditivo só têm a auxiliar.
1. O QUE SÃO AGRESSÕES PERSISTENTES?
Podemos dizer que há uma coisa que é tão ou mais importante que saber se uma ordem é de compra e venda. É necessário, mais do que tudo, saber se essas ordens de compra e venda, sobretudo as de grande volume, são agressivas (agressão) ou passivas (absorção).
- Agressão: o comprador ou o vendedor vão em direção ao melhor valor de, respectivamente, venda e compra.
- Absorção: o comprador ou o vendedor esperam que o outro lado, respectivamente, o vendedor ou o comprador vão em direção ao valor que estão oferecendo.
Um exemplo cotidiano de como funcionam agressões persistentes
Imagine que alguém quer vender um carro.
O vendedor quer R$ 30 mil pelo veículo. O comprador aceita pagar R$ 29 mil.
Nesse exemplo simples, o melhor valor de venda é R$ 30 mil. E o melhor valor de compra é R$ 29 mil.
Se o vendedor aceitar vender pelo melhor preço de compra (R$ 29 mil), dizemos que foi uma agressão de venda. O vendedor agrediu o preço do comprador.
Se o comprador aceitar vender pelo melhor valor de venda (R$ 30 mil), dizemos que foi uma agressão de compra.
Vamos agora imaginar que existem milhares de carros iguais sendo vendidos. E há diversos vendedores, cada um com preços progressivamente altos.
Primeiro os compradores agridem os carros que estão sendo vendidos a R$ 30 mil. Quando esses carros a R$ 30 mil se esgotarem, se ainda quiserem continuar a comprar, terão que passar a comprar os carros a R$ 31 mil. Depois a R$ 32 mil. E assim por diante.
Eles farão agressões persistentes.
Como funcionam as agressões persistentes na bolsa
Isso não faz muito sentido quando estamos falando de carros, afinal, o mercado automobilístico não funciona bem assim. Mas quando falamos de ativos na bolsa de valores, a coisa muda de figura.
Imagine que esse movimento das agressões persistentes provoca a alta do preço de ações ou contratos futuros.
A certa altura, não só os agentes que provocaram a alta através das agressões persistentes estarão comprando, mas também os que não participaram do movimento inicial, buscando se aproveitar da escalada de preços.
Nessa hora, muito provavelmente, os players que iniciaram o movimento de alta através das agressões persistentes passarão a vender os ativos que compraram agressivamente abaixo, mas, desta vez, passivamente absorvendo as agressões dos outros participantes a preços cada vez maiores.
Desnecessário dizer que essa estratégia que só é possível para os big players que têm capacidade financeira pra provocar essa reação em cadeia, através do volume de agressões persistentes.
E, claro, funciona pra desencadear movimentos de baixa também. Mas, nesse caso, os profissionais vão fazer agressões persistentes vendendo pra compradores que aceitam comprar a preços progressivamente baixos.
Resumindo as agressões persistentes
Agressões persistentes acontecem quando, intencionalmente ou não, um ou mais players de grande poder financeiro, tentam esgotar as ofertas de compra ou venda a preços, respectivamente abaixo e acima, provocando uma baixa ou uma alta dos preços.
Agressão é quando o vendedor ou o comprador vai em direção ao preço ofertado ao lado oposto: o vendedor agride um preço de compra abaixo do atual e o comprador agride um preço de venda acima do atual.
Agressão persistente é quando os preços são sequencialmente agredidos, levando a cotação abaixo, no caso de agressões persistentes de venda, ou acima, no caso de agressões persistentes de compra.
O objetivo das agressões persistentes é esgotar as ofertas a preços sequencialmente mais acima, no caso das agressões de compra, e a demanda a preços sequencialmente mais abaixo, no caso das agressões de venda.
2. COMO OS GRANDES PLAYERS ATUAM NAS AGRESSÕES PERSISTENTES?
Para entendermos por completo a lógica as agressões persistentes, precisamos conhecer as fases dos ciclos de mercado. Veremos aqui de uma forma bem resumida, mas recomendo que veja nossos vídeos e nossos artigos sobre o tema.
Por ora, vamos dar um exemplo que pode anteceder agressões persistentes de compra, sabendo que elas podem acontecer em diversos contextos.
Imagine que o mercado ou um ativo isoladamente vinha em tendência de queda. Os preços estavam cada vez mais baixos.
Nesse momento, os grandes players vinham comprando ativos dos outros players que vendiam ou desesperados e pessimistas ou, então, apostando na continuidade da queda, abrindo posições vendidas. Mas essas compras eram feitas passivamente, como se os grandes players estivessem fazendo um “favor” a quem precisava vender, por estar no prejuízo depois de ter comprado ativos no topo.
Como costumamos dizer: os investidores institucionais estavam “enchendo o carrinho” com ativos a preços cada vez menores, acumulando ativos numa fase que conhecemos como “absorção”.
Quando o mercado está maduro pra agressões persistentes?
Depois vem a fase conhecida como “acumulação”, propriamente dita: a oferta começa a perder força e o ativo lateraliza, como se tivesse se acomodado. Nessa hora, os institucionais, possivelmente, continuam a encher o carrinho, ficando com muitos ativos.
Após um tempo de deslocamento lateral e depois de uma série de testes realizadas pelos big players, verifica-se que, de fato, não há mais oferta (leia-se: não há mais um big player ofertando ativos agressivamente a fim de empurrar os preços mais pra baixo).
Nessa hora, o institucional em atuação passa a fazer agressões persistentes de compra. Imagine agora que muita gente vendeu ativos nessa fase. Muitos abriram posições vendidas, apostando na continuidade da queda.
Porém, o que vemos nas agressões persistentes de compra, comandadas pelo big player em atuação, é que o preço começa a subir. E ele nem precisa se esforçar tanto. Afinal, mais acima, há poucas ofertas de venda: a cada nível elas são relativamente fáceis de serem esgotadas. Cada preço, mais acima, é ultrapassado sem relativa resistência.
Depois do “empurrão” agressões persistentes, o mercado “anda sozinho”
Quem abriu posições vendidas, apostando na queda, vai ter que encerrar as operações pra não levar um prejuízo maior. Operações vendidas são encerradas com compras, aumentando a demanda. Uma demanda maior, eleva os preços. A essa altura inicia-se uma reação em cadeia levando os preços naturalmente mais para o alto.
Nesse momento, o próprio big player vai mudar de posição. Agora passará a vender os ativos que comprou em todo o movimento de queda e na lateralização para um mercado cada vez mais otimista e a preços cada vez mais altos.
Tudo o que precisou fazer foi dar um pequeno empurrão através de agressões persistentes de compra.
Devo lembrar que este é apenas um dos exemplos em que podemos ter uma leitura de agressões persistentes. Há muitas maneiras de interpretarmos o mercado e utilizarmos essa interpretação de agressões persistentes a nosso favor a fim de encontrarmos regiões saudáveis para trade.
3. COMO IDENTIFICAR E SE POSICIONAR AO LOCALIZAR UMA AGRESSÃO PERSISTENTE?
As ferramentas do Raio X Preditivo possibilitam que encontremos agressões persistentes nos gráficos dos ativos que estamos analisando e em que estamos identificando com oportunidades.
Uma vez localizadas agressões persistentes, a primeira coisa que devemos saber é que, naquela faixa de preço e naquele momento há um ou mais grandes players atuando. Sim, porque apenas os players de maior porte são capazes de invocar tal volume de negócios simultaneamente: o varejo ou mesmo fundos menores não têm essa capacidade.
A segunda coisa é que se houve muitas compras naquele ponto, denunciadas pelas agressões persistentes, o preço será defendido dali para cima: trata-se de um provável suporte. A partir dessas agressões persistentes podemos nos posicionar na compra com stop abaixo delas.
Ou, ainda, se houve muitas vendas a partir daquele ponto, o preço será defendido para que fique abaixo daquele ponto: constitui-se uma resistência. A partir dessas agressões persistentes podemos nos posicionar na venda com stop de proteção acima delas.
Claro, esse tipo de leitura precisa ser confirmado com o uso de várias ferramentas do Raio X Preditivo, embora exista uma específica que permita verificar os prováveis locais de agressões persistentes.
4. QUAIS FERRAMENTAS PODEM ME AJUDAR A IDENTIFICAR UMA AGRESSÃO PERSISTENTE?
O Raio X Preditivo dispõe de diversas ferramentas – indicadores Sato´s – todas voltadas para o volume de negócios e para a atuação dos investidores institucionais.
Ao visualizar o gráfico dos ativos, habitualmente, vemos candles representando cada um o período de tempo que estamos analisando: por exemplo, no gráfico de 1 minuto, cada candle representa um minuto. Mas muita coisa acontece nesse minuto: a cada nível de preço pelo qual o preço percorre nesse candle houve compras e houve vendas. Houve agressões e absorções. Para cada absorção houve uma agressão.
O Raio X ainda não lançou a ferramenta que mostra as agressões e absorções a cada nível de preço do candle, mas é possível deduzi-las através de um indicador em particular: o Sato’s Bar.
O Sato’s Bar usa um sistema de cores que mostra o nível de volume de negócios a cada candle através de um sistema de cores que vai do azul (atuação institucional irrelevante) ao vermelho (atuação institucional ultra elevada).
Nos candles vermelhos, considerando o contexto e a leitura de outros indicadores da metodologia Raio X Preditivo, podemos inferir que houve agressões persistentes e que, portanto, esse candle de atuação institucional ultra elevada deve ser considerado em nossa estratégia.
5. COMO O RAIO X PREDITIVO PODE TE AJUDAR
O Raio X Preditivo é a metodologia que sistematiza a Nova Análise Técnica através de conceitos e ferramentas. Os conceitos se baseiam na interpretação do volume de negócios dos ativos e as ferramentas – indicadores Sato’s – colocam essa teoria para funcionar na prática diretamente sobre os gráficos dos preços dos ativos.
Para o Raio X Preditivo e para a Nova Análise Técnica, o volume e o fluxo de ordens são as informações mais importantes para a análise dos ativos. O volume é a causa da movimentação do preço e o preço, por sua vez, é mero efeito. No entanto, vemos que a grande maioria das metodologias disponíveis no mercado concentra seus esforços na leitura do preço.
No entanto, para o Raio X Preditivo, se concentrar nas causas permite se adiantar aos efeitos mais importantes, possibilitando assim a detecção de zonas saudáveis de trade, onde o risco é menor (stop curto) e a possibilidade de lucro é maior (stop gain longo). Isso possibilita também a saída segura e contextual de operações antes mesmo de que se chegue às zonas de stop, evitando que se devolva lucros desenvolvidos durante a operação para o mercado e até mesmo prejuízos de maior monta.
Como a maior parte do volume de negócios da bolsa de valores é ocasionada pelos big players, podemos também dizer que o Raio X Preditivo também é o estudo e a interpretação da atuação dos investidores institucionais.
6. CONCLUSÃO
As agressões persistentes são fruto da atuação dos investidores institucionais, possivelmente intencionais, mas não necessariamente, a fim de deslocar o preço em determinada direção:
- Agressões de compra tendem a deslocar o preço mais para cima, provocando a tendência de alta de um ativo .
- Agressões de venda tendem a deslocar o preço mais para baixo, provocando a tendência de queda de um ativo .
O trader de varejo precisa saber identificar esses momentos através do volume a fim de usar essa informação como pista de que o mercado está girando para outra direção, de que as regiões de agressões persistentes são possíveis suportes e resistências (confirmados por diversas ferramentas disponíveis no Raio X Preditivo).
Acima de tudo, é necessário saber que esse conceito isoladamente tem pouca valia: o Raio X Preditivo incentiva a leitura independente e contextual por parte do trader que usa a metodologia.
Por isso, é muito importante dominar os ciclos de mercado, o comportamento do volume como um todo e os demais conceitos que explicam a atuação institucional na bolsa de valores.