Entenda o que são as áreas de range e aprenda como tirar proveito do desespero de quem empilhou fichas nela e saiu perdendo
Áreas de range são um conceito dos mais fundamentais usados na metodologia do Raio X Preditivo.
Tão logo você descubra o que elas são e entenda o que está por trás delas, muitas oportunidades irão se abrir através da interpretação inteligente do gráfico dos ativos, respaldadas pelo fator mais importante da Nova Análise Técnica: o volume de ativos negociados. Áreas de range são verdadeiras represas de volume de negócios, dinheiro concentrado, regiões de tensão que, quando rompidas, desencadeiam uma grande energia, até então contida, naquela direção do rompimento.
Neste artigo, você vai aprender o que são áreas de range e como usá-las a seu favor.
As áreas de range são muito simples de entender. Podem ser usadas isoladamente. Mas você só terá um maior índice de sucesso se combiná-las com os demais conceitos e ferramentas do Raio X Preditivo.
O QUE SÃO ÁREAS DE RANGE?
Abra na sua plataforma de negociação o gráfico de qualquer ativo em qualquer tempo gráfico. Provavelmente, se você for day trader vai abrir o gráfico do mini índice na periodicidade de um minuto.
Imediatamente vai encontrar aquelas áreas de lateralização em que o preço não demonstra nem tendência de alta nem tendência de baixa, fica oscilando pra cima e pra baixo em uma faixa mais ou menos longa.
As áreas de range são esses “retângulos” que, enquanto são formados, são um tanto monótonos e que, aparentemente, não servem pra operar.
Mas eles são uma referência importante. Sobretudo se soubermos e entendermos o que está por trás deles, sobretudo no que se refere a volume de negócios: dinheiro e ativos trocando de mão durante toda a duração em que foram formados.
Eles são tão importantes que ranges que foram formados dias atrás ou mesmo semanas servem de referência pra operações que façamos hoje.
PARA QUE SERVEM AS ÁREAS DE RANGE?
Mas o que está por trás das áreas de range?
Durante toda essa lateralização, havia participantes do mercado comprando e vendendo. Muitos negócios foram realizados naquela faixa estreita de preços. “Apostas” foram feitas. Alguns venderam, apostando que o rompimento seria pra baixo. Outros compraram, apostando que o rompimento seria pra cima.
Se pudéssemos comparar com uma mesa de pôquer, imagine dois jogadores. Em uma única mão da partida, de repente, um começa a aumentar as apostas. O outro cobre a nova aposta e, ainda aumenta. Várias vezes. Até que o prêmio, o pot, as fichas empilhadas no centro da mesa, está enorme. Isso é o range.
É uma energia potencial acumulada, como uma represa. Quando romper, essa energia será liberada com muita velocidade, com muita potência. Então é bom saber quando as áreas de range romperam de fato, quando é alarme falso e quando podemos nos aproveitar disso.
As áreas de range, assim, serve pra sabermos que naquela faixa de preço, tem muita coisa em jogo: ali um volume altíssimo de negócios foi realizado.
E uma de suas vantagens: basta olhar pra o gráfico. Não é preciso ser nenhum gênio pra identificar as áreas de range.
Se o preço se aproxima de um nível em que uma foi formada, pode-se tratá-la como um suporte ou uma resistência. Se esse suporte ou resistência for rompido, pode apostar na força da tendência (sempre considerando a leitura de outros conceitos e indicadores do Raio X Preditivo).
COMO OS GRANDES PLAYERS ATUAM NAS ÁREAS DE RANGE?
Habitualmente, nas tendências de baixa ou de alta, os grandes players atuam na absorção. Isto é posicionam ordens de compra e venda massivas e esperam que elas sejam agredidas.
Na tendência de baixa, essas ordens passivas de compra do profissional são agredidas pelos vendedores (desesperados). O big player se aproveita da liquidez oferecida por esse desespero pra encher o carrinho com as ações que já havia desovado a um preço elevado no topo do mercado.
Na tendência de alta, as ordens passivas de venda do profissional são agredidas pelos compradores eufóricos. O big player se aproveita da liquidez oferecida por essa euforia pra começar, ainda na tendência de alta, a desovar os ativos que comprou baratinhos no fundo do mercado.
Mas, em ambas as tendências, chega um momento em que a oferta e a demanda entram em um certo equilíbrio. E é nesse relativo equilíbrio que as áreas de range se formam.
Mas não se engane. O big player continua a atuar, ainda que discretamente. Não à toa, quando são formadas no fundo, as chamamos de fase de acumulação e, quando são formadas no topo, as chamamos de fase de distribuição.
• Acumulação: no fundo do mercado, o investidor institucional continua a acumular ativos a um preço que considera justo, à espera do momento certo pra fazer o mercado girar pra cima
• Distribuição: no topo do mercado, o investidor institucional continua a distribuir ativos a um preço que considera justo, à espera do momento certo pra fazer o mercado despencar
Tanto na acumulação quanto na distribuição, a atuação do investidor institucional é discreta. Ele não vai enviar grandes ordens de uma vez só a fim de não provocar nem um aumento exagerado da demanda ou da oferta. Isso poderia provocar um desequilíbrio entre oferta e demanda e uma consequente tendência de queda ou de alta antes do tempo, fazendo com que o ativo saísse da faixa de preço considerada interessante.
Para conseguir manter demanda e oferta equilibradas, os investidores institucionais contam com ajuda dos robôs HFT, do inglês, robôs de alta frequência de negociação. Eles são capazes de dividir de forma inteligente, através de complexos algoritmos, gigantescas ordens de compra e venda em milhares de ordens de compra e venda muito menores, posicionadas e reposicionadas em frações de segundo, de maneira a não chamar a atenção no book de ofertas. E, nesse processo, as áreas de range são formadas.
COMO SE POSICIONAR EM ÁREAS DE RANGE?
O big player não vai distribuir ativos ou acumulá-los nas áreas de range apenas “para bonito”. Ele quer lucrar.
Se está distribuindo, no topo, em algum momento vai provocar o rompimento dessa área pra baixo através de métodos e depois de testes que indicam que o “mercado está maduro”. E, claro, depois de ter distribuído suficientemente os ativos que acumulou em outras fases.
Se está acumulando, no fundo, em algum momento vai provocar o rompimento dessa área pra cima, através de métodos similares aos da distribuição. E, também, depois de ter acumulado tantos ativos quantos julgar necessário.
Sabendo disso, podemos detectar o rompimento dessas áreas de range através das ferramentas de leitura de fluxo e volume do Raio X Preditivo. Se o rompimento acontecer com volume, é provável que seja por conta da atuação do big player que está “no comando” do mercado naquele momento. Se o volume do rompimento for baixo, é mais provável que seja armadilha de fundo ou de topo, que caracteriza tanto um teste para ver se entra mais um player para dar continuidade à tendência quanto artimanha para outros players serem sugados para posições desfavoráveis por um rompimento falso.
Outra forma de se posicionar quanto a um range é considerá-lo como área de suporte ou resistência, posicionando-se de acordo. Nesse sentido, podemos inclusive olhar o gráfico de pregões ou períodos passados, marcar as áreas de range do passado e nos posicionarmos considerando que essas áreas, em princípio serão defendidas por aqueles players mais fortes que as formaram anteriormente.
Nunca é demais ressaltar: essas posições, essas operações devem ser confirmadas pela leitura de outras ferramentas de volume do Raio X Preditivo, para que se aumente o nível de probabilidade de acerto do trade.
COMO IDENTIFICAR OPORTUNIDADES DE COMPRA POR RANGE
Só porque a área de range foi formada depois de tendência de queda, isso não significa que, agora, o investidor institucional está acumulando ativos e que, por isso, devemos esperar tendência de alta, um rompimento das áreas de range para cima. O institucional pode muito bem estar em um momento de redistribuição. Distribuindo ainda mais ativos que não chegou a desovar no topo do mercado. Por isso, o modo como os rompimentos do range acontecem devem ser monitorados por ferramentas especializadas na leitura do volume.
Da mesma forma, áreas de range no topo do mercado podem não ser distribuições, mas reacumulações. O big player em atuação pode estar comprando ainda mais ativos numa área intermediária. É recomendável usar indicadores como o Sato’s Bar, Sato’s Defense, Sato’s Force Histograma e outros para validar a leitura de um rompimento.
Dessa forma, concluímos que podemos ter oportunidades de compra e venda nas áreas de range, independentemente de sua posição, tudo dependerá de um contexto maior que só o treinamento Raio X Preditivo ensina a ler.
IDENTIFICANDO ÁREAS DE RESISTÊNCIA
Áreas de range são resistências e suportes por definição. Segundo a filosofia do Raio X Preditivo, são suportes e resistências muito mais fortes que a meros topos e fundos. E de tal maneira que seus ecos permanecem ao longo dos dias e dos períodos em que foram formados. Isso, por um único motivo: o grande volume de negócios acumulados nos ranges deixa verdadeiras cicatrizes na trilha do dinheiro. Como se fossem calos formados no preço: quando a cotação do ativo passar por ali terá dificuldade de atravessar. Os players que se envolveram em negócios naquele patamar vão defender aquela área. E se ela for ultrapassada o comportamento como suporte ou resistência se repete: a tendência, na direção do rompimento, é reforçada e confirmada.
O QUE FAZER QUANDO O PREÇO ROMPE O RANGE?
Ora, se estamos tratando de suportes e resistências – muito mais fortes que aqueles formados por topos e fundos – o comportamento é o mesmo: imaginamos que um suporte e uma resistência em princípio serão respeitados.
Uma tendência de queda respeitará um suporte. Uma tendência de alta respeitará a resistência. Mas, se romper, temos indicação forte de continuidade da tendência.
Porém, não podemos esquecer que não estamos fazendo “price action”. No Raio X Preditivo, o volume é rei. Qualquer leitura de rompimento de suportes e resistências, mesmo os formados por áreas de range deve ser confirmada por uma interpretação do volume envolvido no movimento.
COMO USAR OS INDICADORES SATO'S PARA IDENTIFICAR RANGE EM TOPOS E FUNDOS
Há diversas maneiras de se lidar com áreas de range no Raio X Preditivo.
Eis alguns exemplos, sendo que nenhum deles é definitivo (tudo depende do contexto):
• Se o preço se aproxima da faixa de área de range formada no passado e a leitura, através do Sato’s Force Histograma, é de queda de volume nas pernadas daquela direção, podemos concluir que o range (resistência ou suporte) será respeitado, pois não há interesse institucional ou do mercado em geral em negociar abaixo ou acima daquele preço
• Se estamos num range e acontece um rompimento, podemos usar a leitura do Sato’s Bar para detectar se há atuação institucional no rompimento. Se for barra de cor azul (baixíssima atuação institucional) ou branca (baixa atuação institucional), o mais provável é que seja armadilha para atrair traders para operações perdedoras. Já se a barra for vermelha (atuação institucional ultraelevada), isso leva a crer que estamos num rompimento de fato. Podemos entrar numa operação na direção do rompimento.
Claro, estes são exemplos bastante rudimentares e pontuais. Existem muitas outras formas de se utilizar os ranges combinados com as ferramentas do Raio X Preditivo.
CONHEÇA O RAIO X PREDITIVO
O Raio X Preditivo é uma metodologia e um curso de trade que privilegia a leitura do comportamento do preço a partir do volume. Para o Raio X Preditivo, o volume é a causa de todo o comportamento do preço, sendo este mero efeito do volume.
No entanto, a grande maioria dos cursos sobre trade do mercado brasileiro e mundial enfoca o preço: padrões, suportes, resistências, linhas de tendência, indicadores derivados do preço.
O Raio X Preditivo prefere ler as causas para, assim, se adiantar aos efeitos, encontrando assim regiões saudáveis de trade em que o risco é pequeno face à probabilidade maior de ganhos. Não bastasse isso, a leitura contextual do Raio X Preditivo permite a saída das operações antes que o risco se concretize no seu limite financeiro ou mesmo antes de se chegar ao alvo financeiro da operação. Não há por que ficar em qualquer operação se a leitura dada pelo volume mostra fraqueza da tendência: assim evitamos o pior cenário de perda e também que devolvamos o lucro obtido até o momento na operação.
Também podemos dizer que o Raio X Preditivo é o estudo da atuação dos big players ou investidores institucionais, dado que esses são os responsáveis por, estimativamente, mais de 80% do volume de negócios realizados na bolsa de valores.
CONCLUSÃO
As áreas de range são regiões do preço definidas por grande volume de ativos negociados ao longo de um certo tempo. Elas representam energia potencial que, quando desencadeada, representará fortes movimentos na direção do rompimento.
Porém, esse rompimento deve ser confirmado pela leitura do volume através de ferramentas e conceitos disponíveis no Raio X Preditivo.
O range facilmente é visto no gráfico em forma de lateralizações relativamente longas em que o preço oscila em faixa estreita. Nesse momento, os big players estão acumulando ou distribuindo ativos, interessados em, a seguir, promover um forte movimento de preço na direção que lhes for favorável. Muito dinheiro, muitas apostas podem ter sido colocadas na mesa.
Por isso, uma vez perdido o nível de um range – para cima ou para baixo – o valor de um ativo quase sempre apresenta movimentos intensos: quem está na direção certa reforça o impulso, quem estava na posição contrária corre com o objetivo de se desfazer dela e até mesmo virar a mão. Quem estava de fora, entra. O mercado começa a ferver. E você não quer ficar de fora dessa.