Redistribuição: os big players continuam a desovar ações

Conheça a redistribuição: quando os investidores profissionais venderam ações caras para o mercado, mas ainda têm ações para vender

Redistribuição é uma das fases possíveis que acontecem nos Ciclos de Mercado. Descobrir que uma redistribuição está em curso é uma oportunidade de entrar com uma operação de venda e lucrar com a desvalorização do preço de um ativo, com alta probabilidade de acerto.

Mas, para entendermos a redistribuição, precisamos entender todas as fases do ciclo do mercado, pois não há como compreender nenhuma delas isoladamente. Cada uma acontece como consequência da anterior e, juntas, elas dão o andamento do preço de um ativo ou de um mercado inteiro que, para olhos destreinados, parece aleatório.

1. Absorção: o início dos ciclos de mercado

2. Acumulação/Distribuição: preparando o bote dos ciclos de mercado

3. Teste de oferta/Teste de demanda: o grande player tira o time de campo

4. Spike: o ataque dos ciclos de mercado

5. Spike Channel: a lei da inércia nos ciclos

O Ciclo de Mercado é um dos conceitos essenciais do Raio X Preditivo, sistematização feita pelo trade Luiz Sato para a Nova Análise Técnica.

Como o tema aqui é Redistribuição, a ideia é focar em:

1. Absorção

2. Distribuição (que ocorre depois de os preços subirem, diferentemente da acumulação, que ocorre depois de uma queda)

3. Teste de Demanda (que ocorre no topo de mercado, diferentemente do teste de oferta, que ocorre no fundo)

4. Spike

5. Spike Channel.

A Redistribuição, obviamente, pode acontecer, mas não necessariamente, depois de uma distribuição.

Ela sempre vai acontecer em um patamar de preço inferior à primeira distribuição.

Os grandes players distribuíram muitos ativos caros no topo do mercado, para os investidores e traders eufóricos. Mas percebem que tem a oportunidade de distribuir ainda mais, a um preço bom, apesar de o preço já ter caído. Talvez, durante a primeira distribuição, não tenham conseguido se livrar de todos os ativos acumulados anteriormente.

Assim, este artigo tem por objetivo um melhor entendimento do que seria a redistribuição, como desdobramento da distribuição.


1. O QUE É A FASE DE REDISTRIBUIÇÃO?

Os big players, que também chamamos de investidores institucionais, estão constantemente buscando a venda dos ativos que compraram muito barato, no fundo do mercado, a preços exorbitantemente altos.

A seguir, irão querer comprar essa quantidade enorme de ativos novamente, mas a preços mais baratos.

O momento de vender os ativos a um preço caro, para eles, é a distribuição. Na verdade, já durante a alta, eles já vinham vendendo, aproveitando-se da liquidez oferecida pela euforia dos participantes mais fracos.

A distribuição começa a acontecer quando o preço já subiu bastante e a oferta se equilibra com a demanda: a partir daí o preço passa a andar em lateralização. Mas os big players aproveitam esse movimento para continuar a se desfazer dos ativos que compraram baratos.

Quando tiverem se livrado de ativos os suficientes, vão tentar desencadear uma queda dos preços, aumentando de propósito a oferta. Mas só farão isso depois do teste de demanda, que é uma fase que veremos a seguir.

Essa derrubada dos preços é chamada de spike de queda, um movimento violento, de alto volume para baixo. O big player o provoca através de vendas agressivas que, como o termo sugere, agride as ordens de compra a preços cada vez mais baixos, esgotando a oferta a cada nível.

Tão logo o preço volte a cair com força o big player pode voltar a comprar a preços cada vez mais baixos, reiniciando o ciclo. Porém, no meio do caminho, oferta e e demanda novamente se equilibram, e o big player, se achar o preço justo para tal, pode continuar a “desovar” seus ativos antes de um novo spike, que jogará os preços ainda mais para baixo.

Esta é a redistribuição.


2. COMO IDENTIFICAR UMA FASE DE REDISTRIBUIÇÃO

Entender a redistribuição é simples a partir do momento em que entendemos a distribuição. A redistribuição, sob um modo simples de ver, não passa de um repeteco da primeira ocorrência, mas a um preço mais abaixo.

Então vamos entender a distribuição em um primeiro momento.

Imagine que o mercado vem num movimento de alta. Todos os possuidores fracos estão eufóricos e otimistas, comprando ativos a preços cada vez mais altos. Já nesse momento os big players estão aproveitando a euforia para distribuir a preços cada vez mais altos, mas passivamente, através de ordens limitadas. Quer dizer, eles só posicionam as ordens de venda e os eufóricos as agridem, consumindo-as a valores cada vez maiores. Isso é a absorção (o big player está absorvendo as compras com suas ordens limitadas de venda).

Porém, chegará um momento que chamaremos de Euforia Máxima, que é quando os possuidores fracos todos entram comprando e há uma espécie de frenesi, um momento de grande alta e grande volume. A partir disso, o mercado para de subir e entra na distribuição propriamente dita.

Nessa hora, se o trader usar as ferramentas do Raio X Preditivo, poderá ver através do Sato’s Bar, uma barra (candle), possivelmente de grande tamanho da cor vermelha, denunciando intensa atuação institucional. Só isso já é um claro sinal de que se deve evitar compras nesse momento. Histogramas grandes no Sato’s Force e barras vermelhas no Sato’s Bar não são possíveis sem atuação de grandes players, pois o varejo e demais participantes não têm capacidade de gerar tal volume coordenado.

A partir daí, a distribuição se caracteriza pela lateralização dos preços. Quer dizer: os big players continuam a distribuir ativos, mas de forma mais coordenada, a fim de não derrubar o preço antes do tempo. O deslocamento do preço, no gráfico, formará um “retângulo” um range.

Teremos uma redistribuição caracterizada se, depois da queda que acontece após a primeira distribuição, observarmos, mais abaixo, um novo “retângulo” ou range formado pelo preço, esse por sua vez seguido de nova queda.

É como se o big player dissesse: ok... já distribuímos bastante lá em cima naquele range... mas, mesmo depois da queda, ainda temos ativos e o preço está bom pra continuar a “desovar”.


3. QUAIS SÃO OS OBJETIVOS DA REDISTRIBUIÇÃO

Como deve ter ficado claro nos tópicos anteriores, a redistribuição tem por objetivo dar continuidade à “desova” dos ativos das mãos dos possuidores fortes para os possuidores fracos. Os possuidores fracos compram acreditam que os preços vão voltar a subir, testar ou mesmo superar o range de distribuição anterior. E os possuidores fortes vendem porque acreditam na sua força para dar a continuidade à queda (o que quase sempre é a opção correta).

Os momentos de distribuição e redistribuição servem justamente para, antes dessa pancada para baixo, os big playeres se desfazerem, aos poucos, discretamente, de suas enormes posições compradas, sem precisarem abrir enormes ordens de venda, o que derrubaria os preços antes do tempo. E quem compra são os chamados possuidores fracos.

Para conseguir isso, durante a distribuição e redistribuição, os grandes players dividem ordens gigantescas em um enorme número de ordens de menor volume, que chamamos de ordens iceberg. Se olharmos no book de ofertas, não seremos capazes de identificá-las de tão rapidamente que são posicionadas e canceladas pelos algoritmos, também conhecidos como robôs de alta frequência de negociação (HFT).

O próximo passo, depois de atingirem um bom nível de distribuição (ou redistribuição), é o teste de demanda. A ideia aqui é verificar se há forças importantes atuando na compra e interessadas na retomada da alta dos preços.

Para fazer o teste de demanda, o big player se retira do mercado. E, assim, o preço pode voltar a subir e até romper o range da distribuição ou redistribuição. Mas esse rompimento é sem volume e facilmente o big player consegue trazer o preço de volta para o range. Logo mais detalharemos o que é a armadilha de topo e qual a sua importância.

Caso o teste de demanda, caracterizado por armadilha de topo ou não, seja bem sucedido, está na hora de um spike de queda, movimento rápido, de grande volume desencadeado pelo próprio big player que, agora, atua novamente na venda, mas de forma agressiva, agredindo as ordens de compra, cada vez mais abaixo, consumindo a demanda a níveis cada vez mais inferiores.


4. ENTENDA O QUE É UMA ARMADILHA DE TOPO

Para a análise técnica clássica, o preço é mais importante que o volume. Assim, se o preço rompe o range da distribuição ou redistribuição para cima, isso chama compras. Para o praticante desse tipo de análise, rompimentos de range indicam compras.

Porém, o praticante do Raio X Preditivo estará olhando o volume. E verá que se trata de um rompimento sem volume. Portanto, sem participação institucional e sem força para manter o movimento. O que também indica que o big player estaria fazendo um teste de demanda.

Acontece que o rompimento chama compras, literalmente sugando mais participantes para o mercado. E essas novas compras são ainda mais uma oportunidade para o big player vender seus ativos “caros”.

Finalmente, como se tratava de uma armadilha de topo, o preço retorna para o range e diversos participantes fracos são stopados.

Os que não acionarem seus stops, por outro lado, levarão um grande susto quando o big player desencadear o spike de queda.


5. TESTE DE DEMANDA: COMO OCORRE?

O Teste de Demanda ocorre com o big player tirando o seu time de campo.

Como ele estava dando liquidez de oferta para quem estava comprando, a oferta seca.

O volume some do mercado.

Sem liquidez, ficaria fácil para outro participante forte jogar o mercado para cima (o que não interessa para quem estivesse distribuindo ativos).

Mas se esse suposto participante não entrar na jogada, significa que o mercado está “maduro” para o spike. Claro, podem acontecer outros testes de oferta, mas o passo seguinte a eles sempre será o spike, salvo exceções.

Outra forma de acontecer o teste de demanda é depois do spike de queda. O preço já caiu bastante e, de repente, volta a subir, em direção ao range da distribuição ou da redistribuição. Mas isso acontece sem volume. Dá para ver isso em indicadores como o Sato’s Force Histograma.


6. COMO GANHAR COM A FASE DE REDISTRIBUIÇÃO

Se sabemos que se trata de uma redistribuição, fica fácil. O mais provável é que, a partir dela, aconteça um movimento violento de queda (spike de queda), cujo objetivo é deixar os comprados perdidos na curva. Basta nos posicionarmos na venda e teremos lucro.

Mas como saber se estamos numa redistribuição e não numa acumulação depois de uma queda?

A única forma de termos indícios de que se trata da primeira e não da segunda é ficarmos de olho no contexto do mercado. No volume, nas eventuais armadilhas de topo, como está o fluxo do mercado e muitos outros conceitos do Raio X Preditivo que são aplicados através dos indicadores Sato’s, que apresentamos em outros artigos.


7. CONHEÇA O RAIO X PREDITIVO

O Raio X Preditivo é a sistematização da Nova Análise Técnica em ferramentas e conceitos elaborados pelo trader Luiz Sato.

A Nova Análise Técnica, por sua vez, se dedica a observar o volume de ativos negociados. E, como 80% do volume do mercado é de responsabilidade dos grandes players, podemos dizer que o Raio X Preditivo é especializado em entender o comportamento desses participantes. Desse modo, o Raio X Preditivo coloca o trader e mesmo o investidor de varejo ao lado de participantes fortes capazes de comandar o mercado, como bons parceiros.

A Análise Técnica Clássica costuma focar no preço, mas sabemos que o preço é mero efeito do volume de ativos negociados. O volume é a causa. Se observamos a causa, temos maior chance de nos anteciparmos aos efeitos.

Com isso, o Raio X Preditivo se especializa em regiões de trade alta probabilidade. Não se trata de acertar “com certeza”, mas de dar entradas em que, se o trade for malsucedido, perde-se pouco. E, se for bem-sucedido, o ganho é muito superior.

9. CONCLUSÃO

A redistribuição é uma fase do ciclo de mercado que pode acontecer ou não. Como ocorre depois de uma distribuição, pode ser confundida facilmente como uma acumulação (quando os big players estão comprando ativos). Para evitar essa confusão, precisamos entender o mercado como um todo. Não basta ver que há uma lateralização e apostar no primeiro rompimento.

• É preciso entender bem os ciclos de mercado com todas as suas fases

• É preciso saber ler o volume através dos indicadores Sato’s

• É preciso saber onde os big players depositaram suas fichas e quando (essas regiões de preço, geralmente, são defendidas

Como pode-se ver, o Raio X Preditivo não se preocupa com entradas mágicas, geralmente dadas pelos praticantes da Análise Técnica Clássica, que esperam que dois ou três indicadores combinados digam o momento de entrar numa operação, como quem espera uma luz acender em um painel.

O Raio X Preditivo privilegia o entendimento do contexto de um ativo, a atividade dos investidores institucionais e a leitura do mercado como um todo.

Escrito por Luiz Sato

Segundo Sato sua missão é transmitir conhecimento avançado aos traders brasileiros para aplicarem as metodologias e as ferramentas disponibilizadas ao seus alunos aumentando as probabilidades de ganhos nos mercados que são altamente competitivos e dominados principalmente pelos HFT´s (Robôs de alta frequência).

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Comentários

Douglas Rodrigues Farias21/10/2020

Parabéns Sato, sempre nos brindando com um conteúdo relevante sobre o mercado. Sato poderia escrever um artigo que mostra as oportunidades que um trader profissional pode encontrar no mercado de investimentos, no caso oportunidades para investir o dinheiro ganho através das operações de Day Trade. É possível para uma pessoa física empreender na área de bolsa de valores, ou apenas é possível para grandes empresários com muito dinheiro?