Zonas de Liquidez e Rejeição: conheça onde está e não está o dinheiro

Já percebeu que o preço sempre volta para certas regiões do gráfico? A razão disso pode ser o volume de negócios e você nem estava olhando pra ele: aprenda a detectar as zonas de liquidez e rejeição e dê um turbo no seu jeito de operar ativos da bolsa de valores

Liquidez de mercado e zonas de rejeição são ideias mais importantes que o próprio preço do ativo. Elas estão intimamente ligadas ao comportamento do volume, que, para o Raio X Preditivo, é o conceito mais fundamental para o entendimento do comportamento do mercado. Enquanto outras metodologias até mesmo ignoram esses dados, hipnotizadas pelo sobe e desce das cotações, o Raio X Preditivo usa esses parâmetros como os guias de todas as suas decisões.

Liquidez de mercado e zonas de rejeição, usadas de forma inteligente, são elementos importantes pra tomada de decisão na hora de operar ativos da bolsa de valores. Sabemos que liquidez é o principal problema dos investidores institucionais, que precisam lidar com uma quantidade muito grande de ativos na montagem de suas posições compradas e vendidas.

Portanto, usarão as zonas de liquidez tanto para acumular quanto pra distribuir ativos. E as zonas de rejeição são interessantes pra provocar spikes, pois, uma vez que são agredidas, oferecem pouca resistência, levando a altas ou a quedas de grande intensidade, sem um grande esforço.

Por isso, neste artigo, vamos aprender o que são e a idendificar zonas de liquidez e zonas de rejeição.


O QUE É A LIQUIDEZ NO MERCADO FINANCEIRO?

As zonas de liquidez são aquelas em que os participantes mais importantes do mercado estão dispostos a negociar.

Pode ser porque, em algum momento no passado, muitos negócios aconteceram naquela faixa de preço. Pode ser porque uma outra faixa de preço de alta liquidez se formou nesse momento.

Uma coisa é certa: com o volume não se discute. Se há muitos negócios acontecendo, se há muitos ativos e muito dinheiro trocando de mão em determinado range da cotação, aquela é uma zona de liquidez.

E, na bolsa, o dinheiro tem memória. Sempre que possível, o ativo voltará, será atraído por essa região de alta liquidez.

É natural que, nela, exista um certo equilíbrio entre compradores e vendedores e possivelmente se forme um range, uma lateralização.

Mesmo que essa zona de liquidez não esteja evidente, em formato de range (um retângulo estreito, que se estende ao longo do tempo no gráfico), podemos detectar zonas de liquidez através de ferramentas como o Sato’s Market Profile que nos mostra as regiões onde mais aconteceram negócios durante um certo pregão.

O Sato’s Market Profile também é excelente pra mostrar quais são as zonas de rejeição.

Por que a liquidez é importante?

A liquidez e as zonas de liquidez têm particular importância porque os principais participantes do mercado precisam de liquidez.

Os investidores institucionais, quando vão às compras, não precisam comprar mil ações. Nem dez mil. Nem cem mil. Por vezes, precisam de um número de ativos que supera a casa dos milhões. Facilmente.

Mas como comprar tantos ativos sem, com isso, fazer com que seu preço suba? Afinal, uma demanda tão grande provocaria a alta dos preços.

A resposta é: zonas de liquidez.

Nelas, os institucionais não só encontram parceiros pra realizar seus negócios como também a contraparte compradora, se estiverem vendendo, e a contraparte vendedora, se estiverem comprando.

E, além disso, conseguem posicionar suas ordens de compra e venda durante um bom tempo, aproveitando-se desse equilíbrio, usando algoritmos (robôs HFT) que dividirão uma enorme ordem de compra ou de venda, em ordens menores (ordens iceberg), mantendo, assim, de forma sutil e inteligente esse equilíbrio, até que o mercado esteja maduro.

Depois de testes de demanda ou de oferta, conforme o caso, perceberão que o mercado está maduro e tirarão proveito de outra região importante, as zonas de rejeição.


O QUE É UMA ZONA DE REJEIÇÃO NO MERCADO?

As zonas de rejeição se caracterizam pela ausência institucional, marcadas pelo baixo volume de negócios.

O nome já diz: por alguma razão essas faixas de preço são rejeitadas. Quase ninguém negocia nelas. Há poucas ordens de compra e venda posicionadas e poucos negócios realizados em comparação a outras faixas de preço.

As zonas de rejeição, por isso, também têm um caráter estratégico.

Afinal, depois de acumular ou distribuir ativos em pontos que permitiram mais negócios, os big players precisam fazer o preço andar (para baixo, se venderam, e pra cima, se compraram).

Para isso, eles agridem as ordens das zonas de rejeição.

E, como são poucas as ordens ali posicionadas, fica fácil consumi-las.

Imagine que acima da zona de liquidez há uma ordem de venda de 100 contratos apenas. Depois na zona imediatamente a seguir, 50. E, ao longo de todo o caminho, pra cima, apenas ordens de venda pequenas.

Se o mercado estiver de fato maduro, depois do teste de oferta, bastará que o player em questão faça um pequeno esforço agredindo essas ordens, comprando todas as ordens de venda agressivamente, fazendo o preço subir facilmente.

Essa subida rápida chamará novas compras dos participantes fracos que abriram operações de venda no fundo e que precisam encerrar essas operações. Isso renova a demanda e o mercado começa a subir sozinho, já que estamos numa zona de rejeição.

A essa altura, o big player não está mais fazendo esforço. É como se, nas zonas de rejeição, o preço andasse com facilidade. E, a propósito, neste exemplo, provavelmente, a esta altura é ele quem está vendendo os ativos que comprou baratos no fundo, promovendo a busca por uma nova zona de liquidez, que usará pra distribuir todos os ativos que comprou ou, quem sabe, reacumular ativos pra jogar o preço ainda mais pra cima.

Como podemos ver, zonas de liquidez e zonas de rejeição são duas faces de uma mesma moeda. Os institucionais as utilizam e, embora, não tenhamos cacife pra utilizá-las desta forma, podemos usá-las como ferramentas de interpretação e leitura de como os big players vão agir. Assim, podemos nos posicionar ao lado de “parceiros” com maior chance de comandar o deslocamento do preço.

• Conheça o treinamento que vem mudando a forma das pessoas enxergarem o mercado. Entenda como identificar todas as fases do mercado.


POR QUE OS BIG PLAYERS PRECISAM DE LIQUIDEZ PRA OPERAR?

Quando eu ou você vamos fazer negócios na bolsa de valores, compramos 5, 10 minicontratos de dólar ou de índice. Ou alguns lotes de ações. Sempre tem liquidez pra ordens desse tamanho. Se colocamos uma ordem a mercado, de compra por exemplo, na hora ela é executada. Porque sempre terá alguém vendendo.

Agora, um big player precisa comprar cem mil contratos cheios de dólar futuro. Não existe liquidez imediata pra isso imediatamente. A cada nível de preço haverá, se tanto, cem, duzentos ou quinhentos contratos sendo vendidos. Isso quer dizer que a liquidez seria consumida a cada nível e o preço acabaria subindo rápido demais antes que o big player construísse sua posição a um preço que considera justo.

O maior problema dos big players é, portanto, a liquidez.

E ela é facilmente encontrada em regiões onde muitos negócios aconteceram no passado. Sim. Afinal, quem comprou naquela região e viu a cotação cair depois disso, vai querer vender para se desfazer de uma operação que, até então, tinha dado prejuízo. E numa zona de liquidez muita gente comprou.

E se muita gente vai vender, pode ter certeza que muitos irão comprar também, por motivos vários.

As zonas de liquidez, muitas vezes, funcionam como “cicatrizes” ou “traumas” na memória do mercado.

Os big players se aproveitam delas para desovar ativos ou para encher o carrinho, sempre com o cuidado de não tirar o preço dali ou, se a cotação se “rebelar”, redirecioná-lo para lá a fim de continuar a sua estratégia.


COMO IDENTIFICAR ZONAS DE REJEIÇÃO NO MERCADO

Tanto as zonas de liquidez como as zonas de rejeição são facilmente identificáveis observando os gráficos com cuidado.

Em particular, ferramentas do Raio X Preditivo, como o Sato’s Market Profile.

Uma forma simples de encontrar zonas de liquidez e de rejeição

Uma forma fácil de observar liquidez são os ranges: o ativo oscila em uma faixa de valor estreita durante um longo tempo. Fica fácil imaginar que ali, nesse retângulo, muito dinheiro trocou de mão e muitos ativos também. É como uma mesa de apostas em que as fichas vão se empilhando a medida que as apostas vão se acumulando e se redobrando. A diferença é que, aqui, ganhará quem tiver mais força para dar o primeiro empurrão para a zona de rejeição.

E quando as zonas de rejeição e liquidez não estão tão evidentes?

Mas, muitas vezes, devido à volatilidade natural da bolsa de valores e devido à ausência de uma zona de range, essas zonas de rejeição e de liquidez ficam ocultas. Para isso, existe o Sato’s Market Profile.

Ele mede o acumulo de volume a cada faixa de valor, formando um gráfico volume na horizontal (como se o gráfico do volume estivesse deitado), mostrando quantos ativos foram negociados a cada faixa de valor. As cotações com mais negócios terão barras maiores.

Finalmente, o Sato’s Market Profile, usando os conceitos do matemático Gauss, mostra onde 70% dos negócios de determinado pregão aconteceram. Essa faixa, por natureza, é considerada uma região de alta liquidez em que o preço preferirá trabalhar. Dentro dela, haverá o que chamamos de “POC” (Point of Control), o ponto de controle, a cotação que teve o maior pico de negócios.

Para além da área de valor, temos acima o limite de valor de compra injusto e, abaixo, o limite de valor de compra injusto. Muito provavelmente, nessas áreas, teremos faixas de valor com volume baixíssimo de negócios realizados. São as zonas de rejeição. Mas, mesmo dentro de áreas de valor, onde 70% dos negócios acontecem, podem ocorrer zonas de rejeição, facilmente visualizadas pela pequena participação institucional (baixo volume).


COMO OS INDICADORES SATO’S PODEM TE AJUDAR A IDENTIFICAR ZONAS COM LIQUIDEZ E NÃO FICAR TRAVADO EM ZONAS DE REJEIÇÃO

Como pudemos ver, o Sato’s Market Profile nos aponta facilmente as zonas de liquidez – em que os institucionais estão dispostos a negociar, distribuindo ou acumulando, a partir do comportamento dos participantes mais fracos. E também ajuda a apontar zonas de rejeição, em que o preço não terá sustentação institucional e tenderá a atravessar facilmente.

O Raio X Preditivo tem outras ferramentas que darão validação a essa leitura, através de outras ferramentas especializadas em volume (e portanto através da participação ou não dos institucionais). Algumas delas:

Sato’s Force Histograma: mostra o volume acumulado a cada pernada, de alta ou de baixa. Um bom volume nas pernadas de alta demonstra que há força nesse sentido, por exemplo. Se o volume está diminuindo, isso significa que o mercado está perdendo seu “combustível” para permanecer nessa tendência .

• Sato’s Bar: a cada barra mostra a participação institucional, colorindo os candles de acordo com o volume negociado. Vai de azul (baixíssima participação institucional) a vermelho (participação institucional ultraelevada).

• Sato’s Result: digamos que houve um grande volume denunciado pelo Sato’s Force Histograma, em uma pernada de alta. O Sato’s Result aponta o deslocamento dessa pernada. Se houve um alto volume, espera-se que exista um deslocamento equivalente. Se não há esse deslocamento, isso pode ser sinal de fraqueza e o esforço está sendo absorvido por outro participante interessado em uma tendência contrária

• Sato’s Defense: nos dá o preço médio ponderado pelo volume dos big players. Isso significa que esse preço médio será defendido, formando verdadeiros suportes e resistências dinâmicos que acompanham o deslocamento do preço.

• Sato’s Stop or Move: através da combinação dos conceitos das ondas de Elliot e das progressões de Fibonacci, mostra as zonas de preço prováveis de decisão dos big players.

Combinando as leituras dessas ferramentas com as zonas de rejeição e as zonas de liquidez, o trader tem a possibilidade de encontrar pontos saudáveis de trade para entrar em posições de venda e de compra.


ENTENDA COMO O RAIO X PREDITIVO PODE TE AJUDAR A SEGUIR OS BIG PLAYERS

O Raio X Preditivo é uma metodologia e um treinamento que sistematiza a Nova Análise Técnica através de conceitos e ferramentas.

Os conceitos se voltam para o volume como a informação mais importante para a tomada de decisões.

As ferramentas, por sua vez, colocam esses conceitos para funcionar na prática, através de sua aplicação direta sobre o gráfico.

O praticante do Raio X Preditivo não baseia suas decisões no preço, em notícias ou em qualquer informação que esteja fora do âmbito do comportamento institucional (os principais participantes da bolsa, responsáveis por mais de 80% do volume negociado).

Sabemos que boa parte dos cursos oferecidos no mercado de cursos brasileiros baseia seus conhecimentos no deslocamento do preço e seus padrões: resistências, suportes, linhas de tendência, ombro cabeça ombro, flâmulas, bandeiras e indicadores derivados do preço.

Porém, para o Raio X Preditivo, o preço é mero efeito do volume. O volume é a causa. Lendo a causa com eficiência, podemos nos adiantar aos efeitos com grande eficiência.

Também podemos considerar o Raio X Preditivo como a leitura do comportamento institucional, já que esses são os principais responsáveis pelo volume dos mercados.

Dessa forma, o Raio X Preditivo se especializou em encontrar zonas saudáveis de trade. Isto é, regiões em que o risco é pequeno e as possibilidades de lucro são proporcionalmente maiores. Do mesmo modo, é possível saber o momento certo de sair de uma operação antes mesmo de que se chegue ao alvo de lucro ou de prejuízo, através do acompanhamento do comportamento do volume e de regiões estratégicas do preço denunciadas pelo volume (zonas de liquidez ou rejeição, por exemplo).

• Conheça o treinamento que vem mudando a forma das pessoas enxergarem o mercado. Entenda como identificar todas as fases do mercado.

CONCLUSÃO

Zonas de liquidez e de rejeição são apenas um dos conceitos do Raio X Preditivo. Só eles, sozinhos, seriam suficientes para proporcionar bons trades para os praticantes dessa metodologia.

No entanto, existem muitas outras ideias e aplicações do volume para uma leitura inteligente e realista da bolsa de valores.

É importante frisar que esta metodologia privilegia a interpretação do contexto. Nenhum dos conceitos e indicadores do Raio X Preditivo dão entradas “mágicas” em operações. Apenas através da interpretação apurada do que está acontecendo com o ativo isso é possível.

As zonas de liquidez e de rejeição são um bom exemplo disso: o trader precisa entender o que levou a certa região de preço a ter muitos negócios e outras não e, sobretudo, o que fazer com essa informação, a partir de todos os possíveis desdobramentos, considerando o que dizem as outras ferramentas da metodologia.

Escrito por Luiz Sato

Segundo Sato sua missão é transmitir conhecimento avançado aos traders brasileiros para aplicarem as metodologias e as ferramentas disponibilizadas ao seus alunos aumentando as probabilidades de ganhos nos mercados que são altamente competitivos e dominados principalmente pelos HFT´s (Robôs de alta frequência).

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Comentários

Yuri Pompeu24/06/2020

Muito bom!!!! parabéns pelo excelene trabalho. TMJ!!!

John Deividson28/06/2020

Um conteúdo dessa gratuito ninguém dá valor!! Muito obrigado Sato por compartilhar! TMJ

João Vitor06/07/2020

Esse artigo possui informações de alta relevância, e o melhor, de graça! Lei da abundância, BOA MESTRE SATO!

Ricardo Inoue14/07/2020

Top esse conteúdo, parabéns!

Antonio Casagrande29/08/2020

Este post, Zonas de Liquidez e Rejeição, é mais uma excelente aula gratuita do grande Sato. Compreender bem este texto é como praticar 'Kung Fu'... a prática diária faz os golpes surgirem naturalmente como uma extensão da mente, sem pensar neles. O Sato já disse, algumas vezes, que tem hora que ele já nem precisa mais dos indicadores. Ele olha para o gráfico e já sabe o que está acontecendo, devido a sua longa prática... Parabéns Mestre Sato.