As médias móveis ficaram muito populares em meados da pandemia de 2020. Na ocasião, as médias móveis passaram a ser usadas para suavizar a evolução de contaminações e falecimentos, dada as diferenças que há nos números divulgados dependendo do dia semana. Por isso a escolha da média móvel de sete dias. Para esse caso funciona.
Mas note que, mesmo nesse caso, o comportamento da média móvel não é determinado pela própria média. Se a média, no gráfico, está apontando para cima, ela não determina que os casos continuarão crescentes: o que determina se os casos de Covid-19 continuarão a subir é o grau de isolamento da população e as condutas higiênicas.
As causas SEMPRE são anteriores aos efeitos
Existe, portanto, uma CAUSA para que a média móvel e o número de casos de contaminações e mortes que a geram subam ou desçam.
E, como toda CAUSA, essa causa - ou essas causas - são anteriores aos efeitos. É uma lei universal que só mudaria se o tempo andasse ao contrário.
A média móvel só é um parâmetro que, em si, não quer dizer nada. Serve apenas para constatarmos um cenário que já é passado e que servirá de referência para as autoridades sanitárias agirem nas CAUSAS.
Não tem como as autoridades dizerem: vamos baixar a média móvel de mortes e, assim, as pessoas ficarão mais em casa, usarão corretamente as máscaras, farão a higiene das mãos e não tocarão o rosto quando estiverem em ambientes com mais pessoas.
É ao contrário: as pessoas fazem tudo isso e AÍ as médias móveis baixam.
Como aplicar esse conceito na bolsa
Na bolsa de valores, alguns analistas ainda estão apegados às médias móveis, no entanto.
De fato, a média móvel do preço – exponencial ou aritmética -, gerada pela variação do valor em determinado tempo (por exemplo, 17 ou 72 períodos, seja no gráfico dos minutos ou dos dias) é um parâmetro, mas um parâmetro gerado pela variação do preço, um dado passado.
Mas qual a CAUSA dessa variação do preço?
É mais antigo que andar para trás, mas as pessoas parecem que esqueceram uma das regras mais básicas do mercado:
• Demanda (volume de compras) gera alta de preços
• Oferta (volume de vendas) gera queda de preços
O equilíbrio ou o desequilíbrio dessas duas forças vai fazer o preço se movimentar.
Por isso, tantas vezes veremos traders, que seguem a análise técnica ultrapassada entrarem em operações porque a média de 17 períodos cruzou a média de 72 períodos para cima e quebrarem a cara, perdendo dinheiro.
A média mais rápida pode ultrapassar a mais lenta quantas vezes quiser: se não há volume de demanda suficiente depois disso, a média rápida vai cruzar a média lenta para baixo novamente.
Se o preço estiver subindo com velocidade suficiente para que as médias se cruzem dessa forma, muitas vezes diversos traders de todos os calibres e até mesmo fundos de investimento (pois, acredite, vários fundos têm analistas que utilizam essas mesmas técnicas ultrapassadas) entram comprando o ativo analisado.
Essa é a oportunidade, que não passa despercebida, para que participantes fortes do mercado, com mais disponibilidade financeira e tecnológica aproveitem a demanda para posicionar ordens passivas de venda, absorvendo essas compras, desovando seus ativos e até mesmo abrindo posições vendidas. E, quando, todo o ímpeto comprador se esgotar, porque não consegue ultrapassar as ordens passivas de venda do participante mais forte, esse mesmo participante começa a agredir as ordens de compra mais abaixo com ordens, agora agressivas, de venda. E joga o preço para baixo das médias móveis.
Ué? O que aconteceu? Por que o preço pegou o stop da minha compra se a média rápida cruzou a média lenta para cima?
Porque o volume da oferta, que era muito maior, não deixou que o preço progredisse. A “aglomeração” da demanda não foi tão forte quanto o “álcool gel” da venda.
Esse é só um exemplo do por que metodologias de trade baseadas em preço não funcionam simplesmente.
Mas a partir dele dá para entender porque qualquer outra metodologia baseada em preço não funciona. E não se engane com indicadores complicados e com nomes chamativos: 99,9% deles são calculados e plotados no gráfico a partir do preço. A popular metodologia do price action que é baseada simplesmente em preço, coitada...
Por isso, advogamos uma metodologia que se baseia totalmente nas causas do movimento do preço: o volume.
Se entendemos as causas do movimento do preço, nos adiantamos aos efeitos. E, se adiantar aos efeitos deveria ser o objetivo do trader e mesmo do investidor: é aí que o lucro está.
O RaioX Preditivo
Para você ter uma ideia, a única média que o RaioX Preditivo usa é o Sato’s Defense, que é a média do preço ponderada pelo VOLUME. Isto é, não é a média do preço, mas o PREÇO MÉDIO dos players que entraram vendidos a partir de certo topo ou comprados a partir de certo fundo, o que nos dá a ideia se o preço naquele instante está abaixo ou acima do preço médio do mercado medido a partir do topo ou do fundo.
Sem olhar o volume, estamos navegando no gráfico às cegas. Sem o volume, desconhecemos os verdadeiros suportes e resistências que só as regiões de preço onde houve muita troca de dinheiro e ativos revelam. Simples topos e fundos não mostram essas regiões que ficam escondidas para quem não observa o fluxo de compras e vendas. Esses vivem entrando em armadilhas porque o preço superou o topo anterior. O que eles não veem é que o preço rompeu essa “resistência” com um voluminho ridículo, incapaz de dar continuidade ao movimento.
O RaioX Preditivo é a metodologia que sistematiza a Nova Análise Técnica, que é toda baseada no volume, que é a causa do movimento dos preços.
A sistematização é feita através de conceitos e ferramentas. Os conceitos são derivados do entendimento da luta que há entre o fluxo vendedor e o fluxo comprador (volume). As ferramentas, por sua vez, servem para que esses conceitos sejam aplicados diretamente sobre o gráfico de maneira simples e rápida de ler, desde que o trader tenha o treinamento para isso.
Como cerca de 80%, possivelmente mais, do volume de todos os mercados mundiais é de responsabilidade de investidores institucionais, cerca de 50 megacompanhias transnacionais com grande participação nas bolsas de valores, também podemos dizer que o RaioX Preditivo é o estudo da atuação desses participantes extremamente fortes, também chamados de “big players”.
Dessa forma, o trader e o investidor conseguem se colocar ao lado de parceiros fortes como esses, com mais condições financeiras, tecnológicas, de informação e de recursos humanos para movimentar o mercado para onde querem.
Desse modo, o RaioX Preditivo consegue encontrar regiões seguras de trade (trade location) em que temos relação positiva de assimetria de risco: perder pouco quando a operação dá errado, ganhar muito quando dá certo.
Conclusão
Vimos que as médias móveis são mero efeito da atuação de participantes mais fortes do mercado através do volume, que é a causa do movimento do preço. Esses participantes fortes atuam seja para aproveitar momentos de liquidez gigante para montar ou desmontar suas posições enormes em ativos (passivamente), seja para desencadear movimentos contundentes (agressivamente) que farão o preço andar “sozinho”, através do pânico ou da euforia dos outros participantes mais fracos (aqueles que tomam suas decisões baseadas no preço).
Nos resta, por outro lado, o alívio de que os analistas da bolsa não estão cuidando da pandemia, a partir de suas médias móveis. Possivelmente, estaríamos piores do que já estamos.