Spread de Barra: um único candle conta a história do mercado

Aprenda a ler o spread de barra e comece a lucrar com o comportamento dos big players

Spread de barra chega a ser um recurso quase que intuitivo a partir do momento em que passamos a conhecer o seu conceito e que pode ser muito útil na leitura do mercado, dentro dos recursos disponíveis no Raio X Preditivo. O Raio X Preditivo é a sistematização da Nova Análise Técnica, organizada pelo trader Luiz Sato.

De um modo bem simples, podemos dizer que spread de barra é o tamanho de uma barra ou, em uma linguagem mais comum na análise técnica, de um candle ou de uma “vela”. Sim, é uma informação bem simples, mas, se colocada lado a lado com o volume (principal informação para o Raio X Preditivo), nos faz chegar a conclusões bem importantes.

Assim, neste artigo teremos a definição do que é spread de barra – sem complicações e sem mimimi – e como entender essa informação, que os gráficos nos dão a todo o tempo confrontada com o volume.


O QUE É SPREAD DE BARRA

O spread de barra é o tamanho da barra, candle ou vela. O candle, como você já deve saber, nos dá quatro informações básicas. A abertura do preço em determinado período de tempo, o fechamento do preço, o preço máximo durante esse período e o preço mínimo. Um grande spread de barra é quando temos uma grande diferença entre o preço de abertura e de fechamento, seja uma barra de alta (quando o preço de abertura é menor do que o de fechamento), seja uma barra de baixa (quando o preço de abertura é superior ao preço de fechamento).

Com essas quatro informações, temos uma “historinha” do que aconteceu naquele período de tempo.

Se estamos olhando para um gráfico dos minutos, cada barra representa um minuto. Assim, só de olhar para a barra formada às 11h34 podemos saber, por exemplo, que o preço de uma ação abriu esse exato minuto custando R$ 56,32, teve, em algum momento, um preço máximo de R$ 56,45, em outro, um preço mínimo de R$ 56,27, e, finalmente fechou o último segundo das 11h34 marcando R$ 56,38. E às 11h35 exatamente é dado início a uma nova barra.

Se estamos olhando para as barras de um gráfico dos cinco minutos, cada barra conta a historinha resumida do que aconteceu durante os cinco minutos, com essas quatro informações. Vale para o gráfico das horas, dos dias, das semanas e dos meses.

Muito bem, as barras nos dão uma visão imediata dessa “historinha”. Num bater de olhos podemos dizer se durante aquele minuto ou hora ou mês o preço se deslocou muito ou pouco naquele período se compararmos com as barras anteriores. Qualquer criança de cinco anos consegue dizer se um elemento de um conjunto é maior que os demais e se destaca em seu conjunto. Uma barra ou um conjunto de barras com grande spread de barra chama a atenção em relação às outras.

Um deslocamento grande de preço representa um spread de barra grande e um deslocamento pequeno de preço representa um spread de barra pequeno.

Barras grandes nos indicam que o preço andou com facilidade e em pouco tempo. Barras pequenas mostram que o preço teve dificuldade para andar.

Essa informação é importante, mas sem o volume não sabemos de nada.


COMO IDENTIFICAR A DIMINUIÇÃO/AUMENTO DA PRESSÃO VENDEDORA/COMPRADORA ATRAVÉS DO SPREAD DE BARRA

Se a pressão compradora é grande, isso que dizer que tem muita gente comprando determinado ativo ou alguns poucos comprando muito. Primeiro, eles consomem as ordens de venda mais baratas. Quando elas acabam, eles partem para as mais acima, depois mais acima e depois mais acima. O que esses muitos (ou poucos) compradores estão fazendo é esgotar a “fila” de ordens vendedoras, que são organizadas da mais barata para a mais cara. Isso é alta demanda.

Se houver poucas ofertas de venda a cada nível de preço, teremos um deslocamento rápido do preço para cima. Como quando falta algum produto no mercado de que todos precisam. Se todos precisam e tem pouco, o preço sobe.

Quando o preço não anda

Mas e se, na bolsa, numa situação assim, em que tem muita gente comprando, com um volume anormal, e o preço não sobe (lembre-se: sempre identificamos demandas e ofertas altas pelo volume)? O que isso significa? Ora... que, nessa determinada faixa de preço, em que, apesar da alta demanda pelo ativo, tem uma outra ponta, um outro participante vendendo muito também. A pressão compradora é grande, mas tem um ou mais vendedores absorvendo essa demanda, impedindo – propositadamente ou não – que o preço suba.

Se a demanda por um ativo é grande, a tendência é que ele suba a medida que esgota as ordens de venda a cada nível de preço. Mas lá pelos R$ 34,67 ele não sobe mais. Tem uma grande oferta ali. Digamos de 100 mil ações. O preço só vai andar para cima de R$ 34,67 se houver a compra de 100 mil papéis (que essas ordens todas sejam esgotadas) ou que as ordens sejam retiradas.

Geralmente, numa situação assim, o preço para de subir. Os compradores não conseguem esgotar a oferta naquele nível de preço.

Como isso se manifesta graficamente?

Esforço versus resultado

Teremos uma barra com grande volume de ativos negociados, mas seu tamanho, seu spread de barra normal, se comparados a outros, e em alguns casos até menor.

Vamos colocar isso em palavras mais utilizadas no Raio X Preditivo: houve grande esforço (volume) e um pequeno resultado (deslocamento de preço). Num mundo perfeito, todo esforço deveria se espelhar em um resultado proporcional. Na verdade, resulta: acontece que esquecemos que há também um esforço no sentido contrário. E o alto volume acompanhado de um spread de barra pequeno expressa esse esforço contrário que deve nos chamar a atenção.

A queda de braço do mercado: onde muitos davis juntos não vencem um golias

No nosso exemplo, vimos os compradores fazendo muito esforço e, ao mesmo tempo, obtendo pouco resultado. Isso significa que há um participante ou vários, capazes de segurar o preço naquela posição. Raramente isso se dá pelo esforço combinado de pequenos traders ou investidores. Geralmente isso é trabalho de um único ou pouco mais que isso de big players ou players institucionais defendendo suas posições ou entrando em posições em um ativo.

Esse comportamento dos big players, quando absorvem os movimentos de alta e de baixa, impedindo que, respectivamente, continuem a subir ou a descer, chamamos de absorção: porque estão “absorvendo”, mais uma vez respectivamente, as ordens de compra e as ordens de venda com ordens capazes de segurar a demanda ou a oferta.

O próximo passo é esperar o ímpeto dos compradores (no nosso exemplo) se esgotar e, então, começar a empurrar o preço pra baixo. É como em uma queda de braço em que o oponente mais forte fica segurando o braço na mesma posição até sentir que seu adversário começa a fraquejar para, só então, num único movimento vencer a partida.

Spread de barra grande: quebrando o braço do varejo

Vamos manter esse exemplo da queda de braço. Esse último movimento, quando o competidor mais forte sentiu que o adversário não tem mais forças, ele acontece rápido ou lento? É uma pancada! O deslocamento é rápido e amplo, até encostar o braço do outro na mesa, com grande estrondo e, com sorte, o perdedor não terá seus ossos deslocados.

Justamente, o big player ou os big players em atuação, quando sentirem que não há mais ofertas naquela faixa de preço, vão continuar a vender, mas desta vez não vão apenas absorver: ao observar que há pouca demanda nas faixas de preço abaixo vão colocar uma grande ordem de venda que vai consumir rapidamente as já minguadas e poucas ordens de compra a preços cada vez menores. O preço vai andar, para baixo, com grande potência, velocidade e deslocamento.

Isso vai resultar em um spread de barra grande: é a pancada na disputa da queda de braço.

Quando a represa se rompe

No sentido contrário, esse mesmo big player que vendeu 100 mil, 200 mil, 1 milhão de papéis pode ter sua “munição” esgotada antes que a demanda se esgote. Ele não tem mais como segurar. Agora, o que temos é um participante com 1 milhão de papéis vendidos e o preço continuando a subir. Ele também terá que se desfazer dessa posição vendida. E posições vendidas se desfazem com compras. Ou seja, mais demanda. Nesse exemplo, é um milhão de papéis a serem recomprados. Uma demanda repentina de um milhão de papéis, já no prejuízo.

É uma represa se rompendo. Uma força avassaladora, uma energia potencial sendo liberada capaz de destruir cidades inteiras.

É uma demanda altíssima que fará também com que os preços subam rapidamente, produzindo barras com grande spread de barra, de acordo com as ofertas vendedoras mais acima do preço.

Então, entenda assim: as resistências são sempre dependentes do volume. Não são formadas simplesmente porque ali teve uma máxima do preço em determinado tempo. O que sempre vai nos interessar é saber:

• Em um movimento de queda, quantos ativos foram comprados a determinado preço que, se esse valor chegar ali, haverá interesse em segurar para que o preço não caia abaixo disso

• Em um movimento de alta, quantos ativos foram vendidos a determinado preço que, se esse valor chegar ali, haverá interesse de se fazer mais vendas para que o preço não suba além dali

Sem volume não há resistência e não há suporte. Esqueça isso de topos e fundos.


POR QUE O SPREAD DE BARRA NÃO CONSIDERA OS "PAVIOS OU SOMBRAS"?

Spread de barra representa o que obtemos a partir de um esforço, o resultado.

Os pavios ou sombras dos candles são formados pelas máximas e as mínimas. O preço passou por ali, mas não ficou por muito tempo durante aquele período.

Porém, o que o spread de barra nos entrega é o RESULTADO de toda aquela “historinha” que durou um minuto ou um mês.

No Raio X Preditivo, o que interessa é a relação entre esforço (volume) e resultado (deslocamento de peço).

Considerando o volume desta barra específica, comparado ao volume das outras, tivemos um resultado equivalente a esse esforço?


QUAL A IMPORTÂNCIA DE GERENCIAR SUAS POSIÇÕES?

Se estamos numa tendência de alta, por exemplo, e tivemos um spread de barra pequeno em um momento de grande volume de negócios, podemos concluir que há “forças” (ordens de venda também volumosas), segurando o preço naquela faixa. Há motivos de sobra para acreditar em uma reversão, que o preço volte a cair em algum momento ou que aconteça ao menos uma correção mais forte.

Neste exemplo de reversão de alta, imaginamos que seria o ideal entrar em uma posição vendida, considerando uma boa assimetria de risco (perder pouco se a operação der errado e ganhar muito se a operação der certo).

• Stop Loss: o stop loss, neste exemplo, ficaria pouco acima do ponto que o spread de barra pequeno impediu que o preço avançasse (pouco acima do candle).

• Stop Gain: claro que devemos ter alvos usando pontos estratégicos determinados pelos conceitos do Raio X Preditivo, mas no Raio X Preditivo seguimos o fluxo, observando o comportamento do volume. Assim, tanto podemos esticar uma operação se o fluxo indica continuidade do movimento para além de nossos alvos de preço, como encerrar antes se o fluxo determinar que os alvos não serão atingidos


COMO USAR OS INDICADORES PARA SEGUIR OS GRANDES PLAYERS INSTITUCIONAIS

A partir do que eu expliquei parece muito simples ler o spread de barra, bastando observar o tamanho das barras e o volume envolvido em cada uma delas simultaneamente. Mas é muito simples mesmo. Apenas que não devemos nos fiar apenas nesse conceito do Raio X Preditivo para tomarmos nossas decisões a fim de aumentar nossa taxa de acertos. Há muitos outros além desse.

Mas, de fato: as discrepâncias entre tamanhos de barras e os volumes envolvidos nos dão indicações importantes do que está acontecendo com o preço de uma ação e de como devemos nos comportar, comprando, vendendo ou ficando de fora de operações.

Além disso, as ferramentas de volume habituais dos gráficos da bolsa não são suficientes. O Raio X Preditivo possui ferramentas especializadas nesse tipo de leitura que facilitam em muito a vida daqueles que querem usar o spread de barra e outros conceitos a seu favor.

Para o conceito de spread de barra eu destacaria os seguintes:

• Sato’s Bar: através de um sistema de cores, que vai do azul (pouquíssimo volume) ao vermelho (volume ultra elevado) podemos saber de imediato o grau de esforço que o mercado está colocando naquela barra. Um pequeno spread de barra em uma barra vermelha indica um grande esforço com pouco resultado. Quase certeza de que se trata de uma absorção. E este é só um exemplo das leituras possíveis.

• Sato’s Result e Sato’s Force Histograma: a combinação destes dois indicadores nos dá uma leitura muito interessante, transpondo a noção de esforço e resultado não só pras barras mas pra swings inteiros. O Sato’s Result lê o deslocamento em cada pernada de alta e de baixa e o Sato’s Force nos dá o volume acumulado em cada uma dessas pernadas. Temos assim uma leitura mais macro da relação entre esforço e resultado.


CONHEÇA O RAIO X PREDITIVO

O Raio X Preditivo é o curso e a metodologia que sistematiza a Nova Análise Técnica em conceitos e ferramentas.

Os conceitos da Nova Análise Técnica sistematizados pelo Raio X Preditivo se voltam sobremaneira ao volume e aos principais responsáveis pelo volume nos mercados mundiais, os big players. Como estimativamente 80% do volume do mercado é de responsabilidade desses participantes, também podemos dizer que o Raio X Preditivo é o estudo do comportamento e da atuação dos big players (investidores institucionais ou smart money).

As ferramentas, por sua vez, são voltadas à ideia de colocar os conceitos teóricos aplicados na prática, diretamente sobre o gráfico, de maneira de fácil visualização e intuitiva.

Os conceitos e ferramentas (indicadores Sato’s) não são o tipo de indicador para aqueles que esperam indicadores que soam um alarme ou acendem uma luzinha que diz que é hora de comprar ou vender determinado ativo. Eles incentivam a tomada de decisão e a leitura feita independentemente pelo próprio trader, de forma inteligente e responsável.

Se você quer um indicador que te pegue pela mão para clicar no mouse, o Raio X Preditivo não é pra você.

Porém, o Raio X Preditivo lhe dá a capacidade de entender onde e como os big players estão posicionados e as posições que estão inclinados a defender e o que devem fazer caso não consigam defendê-las. Isso ajuda o trader de varejo a encontrar zonas de trade location, aquelas com boas assimetrias de risco, isto é, aqueles momentos e regiões de preço em que perde-se pouco quando se “erra” a operação e ganha-se muito quando se “acerta”.

CONCLUSÃO

Se você entendeu o que é o spread de barra e a necessidade de fazer a leitura do spread de barra associada com a leitura do volume, você já deu um passo importante. A relação do preço com o volume é um dos fundamentos do Raio X Preditivo e, consequentemente, uma das peças fundamentais para o entendimento do por que o preço se movimenta daquela ou daquela outra maneira.

Para o Raio X Preditivo, o volume é a causa do movimento dos preços. O preço é apenas o resultado, o efeito. Se focamos nas causas, nos adiantamos aos efeitos.

Por exemplo, fica fácil entender porque os dojis (barras quase sem corpo ou com spread quase nulo) são associadas à reversão de tendência: um player conseguiu segurar o preço em uma faixa estreita de preço independentemente do esforço da outra ponta do mercado em tentar movimentar a cotação em outra direção.

Se você gostou desses conceitos e acha que tudo isso faz sentido, tenho certeza de que você vai gostar do Raio X Preditivo, pois esse é um conceito bem básico do que temos para oferecer a você em termos de conhecimento.

Escrito por Luiz Sato

Segundo Sato sua missão é transmitir conhecimento avançado aos traders brasileiros para aplicarem as metodologias e as ferramentas disponibilizadas ao seus alunos aumentando as probabilidades de ganhos nos mercados que são altamente competitivos e dominados principalmente pelos HFT´s (Robôs de alta frequência).

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