Teste de oferta: O lucro pode estar depois dele

Aprenda a identificar o teste de oferta e aprenda a lucrar junto com os investidores institucionais

Não é porque os grandes players da bolsa de valores têm recursos financeiros, tecnológicos e de recursos humanos muito maiores que os investidores e traders pessoas físicas que eles não seriam cautelosos na bolsa de valores. Eles estão competindo com outros participantes tão grandes quanto eles, afinal de contas. E o Teste de Oferta é a prova desse cuidado.

Neste artigo, vamos ensinar você a reconhecer o Teste de Oferta e como você pode usar isso a seu favor, quando identificar um acontecendo.

O Teste de Oferta é uma das fases do Ciclo de Mercado, observado a fundo pelo Raio X Preditivo. O Raio X Preditivo é a sistematização da Nova Análise Técnica, criado pelo trader Luiz Sato, e a Nova Análise Técnica foca na análise dos ativos através do volume, do fluxo e da atividade dos grandes investidores institucionais.

Quando um big player faz um teste de oferta com sucesso, isso pode indicar que, pouco depois, observaremos um Spike de alta (outra fase do ciclo de mercado). O spike de alta é um movimento do preço, que acontece com intensidade, grande volume e, desse modo, ele vai acionar o stop dos que entraram vendidos no mercado. Inclusive esses stops servem para acelerar ainda mais o movimento ascendente, já que posições vendidas são encerradas com mais compras.


O QUE É O TESTE DE OFERTA?

O Teste de Oferta só pode ser entendido completamente à luz dos conceitos do Raio X Preditivo, particularmente à luz do conceito de Ciclos de Mercado, que têm cinco fazer principais. Não vamos detalhar todas as fases aqui, mas convém que você já saiba do que se trata:

  • Absorção: o começo do ciclo de mercado. No caso de observarmos um teste de oferta, inicialmente teremos uma absorção em uma tendência de queda. Todos estão vendendo, desesperados, e o big player está comprando passivamente (absorvendo) essas ordens de venda com compras passivas, sem fazer esforço
  • Acumulação/Distribuição: preparando o bote do ciclo de mercado. Antes de um teste de oferta, teremos o big player ou os big players continuando a acumular ativos que, depois de uma tendência de queda, já estão a um preço que o big player considera “justo” ou adequado a sua estratégia. A acumulação acontece em uma lateralização, em que o preço varia ao longo de um range (retângulo).
  • Teste de oferta/Teste de demanda: teste de oferta é pra ver se ainda há volume suficiente para sustentar a continuidade da queda depois de um certo período de lateralização. O big player se retira para ver se, em um mercado sem a liquidez que ele fornece, existe algum player com capacidade para jogar os preços ainda mais pra baixo com vendas intensas e agressivas
  • Spike: o ataque do ciclo de mercado. Se no teste de oferta, não entram vendas em volume suficiente para empurrar os preços ainda mais para baixo, o big player volta ao mercado. Comprando, como anteriormente, mas, desta vez, ativamente, agredindo ordens de venda cada vez mais acima. Isso faz os preços subirem rapidamente. Quem vendeu ou abriu posições vendidas precisará comprar para encerrar suas posições. Isso gera ordens de compra e os preços começam a subir sem interferência do big player. A partir de agora ele começa a vender os ativos que comprou cada vez mais baratos nas fases anteriores.
  • Spike Channel: o último suspiro do ciclo de mercado. O big player já não está tão atuante, mas o mercado continua subindo, porém com menor intensidade, como se estivesse indo “no embalo”. Nesta fase, o big player continua a vender passivamente os ativos que comprou lá embaixo nas fases anteriores

Como podemos observar, se o teste for precedido de uma queda, teremos o Teste de Oferta, durante ou no final de uma Acumulação que precede um Spike de alta. O teste de oferta pode acontecer inclusive depois do Spike, quando o big player “deixa” o preço cair para ver com que volume ele volta ao range (retângulo ou lateralização) onde aconteceu a acumulação. Mais uma vez, se o volume for baixo, isso significa que haverá nova alta.

Só entenderemos completamente o que é um Teste de Oferta se entendermos todo o contexto em que ele ocorre, mas por ora basta dizer que é o momento em que os grandes players que vinham atuando até o momento tiram o time de campo: o objetivo é verificar se entra algum outro participante no jogo com um nível de oferta suficiente pra continuar o movimento de queda do ativo, o que poderia atrapalhar os seus planos. Assim, se o teste for bem sucedido, ele passa a comprar agressivamente, impulsionando os preços para cima.


QUANDO OCORRE O TESTE DE OFERTA?

Podemos identificar um teste de oferta facilmente, mas apenas se estivermos atentos ao volume. Olhando o comportamento do preço até podemos imaginar que se trata de um teste de oferta, mas observando o volume podemos detectar um teste de oferta quase que com certeza.

Na primeira fase (absorção), vemos o preço caindo com força, uma forte tendência de baixa. Os participantes fracos estão vendendo agressivamente. Ou por desespero, querendo estancar seus prejuízos, ou animados, abrindo posições vendidas para ganhar com a queda que parece não ter fim. O big player, nesse cenário, vende passivamente, no melhor estilo “pode vender que eu faço o favor de comprar esses lixos”. Mas isso faz parte da estratégia dele.

Mas por quê os big players compram quando o mercado está em queda?

• Primeiro eles têm recursos para segurar uma queda longa mesmo que ela seja duradoura e forte

• Eles provavelmente ainda estão recomprando os ativos que distribuíram caríssimos em patamares superiores de preço

• Eles precisam da liquidez que os movimentos fortes dão para montar suas posições enormes

• Eles têm recursos tecnológicos para entender o quanto é vantajoso continuar comprando mesmo com um ativo em queda

Depois de uma longa queda, não é incomum que o seu final, antes da lateralização que caracteriza a acumulação, aconteça um comportamento que chamamos de Desespero Extremo.

O Desespero Extremo é marcado por uma barra (vela ou candle) com grande volume. É o momento em que os participantes fracos jogam a toalha. Conjuntamente, eles não sabem até onde o mercado vai cair e como se fosse um comportamento coletivo vendem seus ativos em grande volume.

É aí que, geralmente, se inicia a acumulação (isso quando o mercado não retorna em V).

Se o retorno não for em V, vai acontecer uma acumulação. O mercado vai se equilibrar em uma faixa estreita. Os big players vão continuar a acumular ativos, comprando em lotes pequenos, evitando fazer o mercado subir antes do tempo, coisa que seria causada com compras muito agressivas. Mas ao longo do tempo, essas pequenas compras significam, somadas, uma posição enorme.

Quanto acumularem suficientemente, farão o teste de oferta, para ver se o mercado está maduro. Se as ofertas secaram, não será preciso muito esforço para causar uma pancada de alta através de compras agressivas.

O teste de oferta é simples: o big player se retira do mercado temporariamente e, sem a sua presença, a liquidez “seca”. Isso é facilmente detectável através do volume, que tem uma queda significativa.

Ora, o big player foi para a moita. Se há pouca liquidez, é fácil para qualquer player com cacife suficiente para isso, fazer o mercado cair, agredindo na venda. Porém, se nenhum player forte entra vendido está na hora de voltar a comprar, desta vez agressivamente, causando o spike. O teste de oferta, neste caso, teve sucesso.

Agredindo as ordens de venda cada vez mais acima, agressivamente, os preços sobem. Quem abriu ordens de venda durante a acumulação terá de “stopar”. Stop de vendas se fazem com compras. Mais compras, maior demanda. Maior volume de demanda, o preço sobe. Nessa hora, o big player começa a vender os ativos que comprou durante a acumulação e durante a queda.


COMO IDENTIFICAR UM TESTE DE OFERTA?

A Nova Análise técnica é conhecida pela observação do volume de negócios e, por consequência, pela observação do comportamento dos grandes players.

As fases do Ciclo de Mercado se caracterizam menos pelo movimento do preço e mais pelo volume de negócios em cada uma de suas etapas.

Justamente, o Teste de Oferta se caracteriza por um volume pequeno em relação às fases anteriores. Pode ser até mesmo que o range ou o fundo anterior seja rompido, mas com baixo volume. Mas esse baixo volume indica justamente que não haverá força para a continuidade de movimento que esse rompimento sugere. É a armadilha de fundo: muitos seguidores da análise técnica entrarão vendidos imaginando que o rompimento do fundo é um indicador de queda. Se o volume for pequeno, não é não. É até mais provável que a tendência se reverta.

Num teste de oferta vemos o volume diminuir. O big player ou os big players se retiraram para fazer esse teste. Há uma ausência de atividade profissional e a falta de volume que isso ocasiona o movimento perde consistência, perde “combustível”. Lembre-se: o volume é o combustível do preço.

Se identificamos um teste de oferta, nossa postura deve ser de procurarmos um bom momento para entrarmos comprados, pois a probabilidade de termos um spike de alta é grande.


QUAL A IMPORTÂNCIA DO TESTE DE OFERTA PARA OS GRANDES TRADERS?

As questões com que os big players lidam em suas estratégias não são as mesmas que as nossas. Nossos problemas, geralmente, se resumem a acertar os trades: se compramos esperamos que o preço suba e, em caso de queda, devemos perder o mínimo possível; se vendemos, esperamos que o preço caia e, em caso de alta, queremos perder o mínimo possível. Já os big players precisam montar posições grandes de ativos sem fazer com que a demanda enorme que eles geram faça o preço subir demais ou, na outra ponta, se estão vendendo, não podem fazer com que o preço caia demais. Tudo se resume a liquidez. Se eles querem comprar, querem comprar muito, mas será que existem vendedores suficientes nas faixas de preço que consideram vantajosas? Assim, é natural que se aproveitem de uma queda para comprar ativos (todos já estão vendendo naturalmente) e se aproveitem de uma alta para vender (todos já estão comprando naturalmente).

Esse comportamento faz com que o tempo operacional deles seja diferente, eles precisam se movimentar com mais cautela, cada lote é pensado para se extrair o máximo do mercado para um volume muito grande de dinheiro e ativos.

Ao mesmo tempo, eles estão enfrentando as posições de outros big players tão ou mais poderosos. Você pode imaginar o seguinte: um desses big players já comprou muitos ativos na queda, durante a absorção. Está com o “carrinho cheio” de ativos que não param de cair. Está chegando a hora de lucrar com esses papéis. A estratégia agora é agredir as ordens de venda mais acima para fazer o preço subir.

Mas se ele fizer isso e, nesse exato momento, entrar outro big player agredindo na venda, o preço vai começar a cair ainda mais e sua estratégia vai por água abaixo. Ele vai queimar cartuchos na tentativa de gerar um spike de alta. Por isso, é importante fazer o teste de oferta. Se, mesmo com a liquidez baixa, nenhum outro participante tentar derrubar o mercado, o risco de uma tentativa de spike é mínimo e o lucro é provável.

Se ele faz o teste de oferta e não entra oferta suficiente para fazer o mercado cair, ele pode seguir com sua estratégia de spike.


COMO GANHAR COMO O TESTE DE OFERTA?

Quando identificamos um teste de oferta, graças ao baixo volume durante uma Acumulação, um possível rompimento de range ou mesmo um retorno ao range com baixo volume ou, ainda um rompimento de fundo anterior com baixo volume, é muito provável que tenhamos um movimento de alta forte e com muito volume conhecido como spike.

Nessa hora devemos estar atentos a entradas em operações procurando compras. Ocorrerá um rompimento do range para cima ou mesmo uma guinada na tendência de baixa e o mercado começará a subir.

Inclusive, outro big player que não estava participando da acumulação, mas que tenha ativos suficientes envolvidos pode sentir o “cheiro de sangue” e entrar como parceiro do big player em atuação e também começar a agredir nas compras, fazendo o preço subir com ainda mais força.

Não estamos dizendo que tudo isso pode acontecer com certeza, mas o comportamento dos ciclos de mercado nos ensina que a probabilidade é grande! Então, se detectamos um Teste de Oferta bem-sucedido (uma queda com baixo volume com retorno ao range ou mesmo um rompimento de range para baixo com baixo volume), podemos procurar compras imaginando um stop curto em caso de continuidade de queda e um stop gain distante, com muito lucro, no caso de reversão de tendência.


CONHEÇA O RAIO X PREDITIVO

Para identificar um Teste de Oferta de maneira eficiente, bem como as demais fases do ciclo de mercado, não adianta trabalharmos só com as variações de preço. É preciso conhecer o comportamento do volume detalhadamente. E a melhor forma de entender o comportamento do volume atualmente é a metodologia do Raio X Preditivo.

O Raio X Preditivo é a sistematização da Nova Análise Técnica, através de conceitos teóricos e ferramentas que aplicam no gráfico esses conceitos, de maneira simples e intuitiva. Essa sistematização foi desenvolvida pelo trader Luiz Sato, com quase 30 anos de experiência no mercado.

Essas ferramentas medem o volume de maneira eficiente a cada movimento do preço tornando-nos aptos a avaliar em que fase do ciclo de mercado nós estamos, de maneira que conseguimos nos posicionar com eficiência.

Nem os conceitos nem as ferramentas foram projetadas para dar magicamente o momento de entrada em operações: todo esse conjunto nos ensina a ler efetivamente o contexto de um ativo para que tomemos nossas decisões por conta própria.

Para o Raio X Preditivo, o volume é a causa dos movimentos de preço. O preço, por sua vez, é o mero efeito. Ora, se queremos nos antecipar aos efeitos, que é onde o lucro está, devemos nos focar nas causas e não nos efeitos anteriores. Um comportamento diferente desse seria o mesmo que tentar prever o futuro com base no passado.

Como a maior parte do volume de ativos negociados na bolsa é de responsabilidade dos grandes players institucionais, também podemos dizer que o Raio X Preditivo é a metodologia que estuda o comportamento desses participantes fortes.

Desse modo, podemos nos emparceirar com esses participantes, encontrando boas regiões de trade location: aquelas em que a assimetria de risco é positiva. Isto é: se acertamos, ganhamos muito e, se erramos, perdemos pouco.

CONCLUSÃO

Se considerarmos que o Teste de Oferta é aquela fase do ciclo de mercado que antecede um spike de alta, podemos dizer que se trata de um dos momentos mais importantes para quem quer tirar dinheiro da bolsa.

Sim, porque se ele for bem-sucedido do ponto de vista institucional, é depois dele que a probabilidade de uma operação comprada ter um bom e rápido resultado é maior.

Quando a liquidez que os investidores institucionais costumam dar ao mercado é retirada, há uma sensação de que nada está acontecendo, mas se trata do silêncio que antecede uma grande explosão. A prática de trade observando o volume confirma isso.

Ler esse comportamento com eficiência é encontrar diversas oportunidades diárias de entrada em diversos ativos em diferentes tempos gráficos. Mas, para ler o volume dessa forma, é preciso estar munido dos conceitos e ferramentas do Raio X Preditivo.


Escrito por Luiz Sato

Segundo Sato sua missão é transmitir conhecimento avançado aos traders brasileiros para aplicarem as metodologias e as ferramentas disponibilizadas ao seus alunos aumentando as probabilidades de ganhos nos mercados que são altamente competitivos e dominados principalmente pelos HFT´s (Robôs de alta frequência).

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